O Espírito Santo é um dos estados vanguarda na utilização de carros elétricos e híbridos, os que usam energia e gasolina, em todo o Brasil. O Estado ocupa a 9ª posição no ranking de adesão aos veículos no país.
Por aqui, dos 2,3 milhões de carros em circulação, 6.500 já são da nova tecnologia. Além disso, em 2023, Vitória registrou o segundo maior aumento de vendas deste tipo de veículo em todas as cidades brasileiras.
De acordo com o gerente de concessionária Antônio Soares, o aumento no ano passado foi exponencial, levando-se em consideração os meses de julho de 2023 chegando até janeiro deste ano.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
“A procura tem sido crescente mês a mês. Do meio do ano passado para cá foi muito forte, a nossa marca está entre o top 10 do Brasil, de carro elétrico e híbrido. No Espírito Santo a gente está na sétima posição”.
Mais de 60% dos veículos importados chegam ao Brasil pelo porto de Vitória
Atualmente, não existe produção nacional de carros elétricos e quem quiser adquirir um veículo, precisa importá-lo do exterior. Dos automóveis que chegam ao Brasil, cerca de 62% entram no país pelo antigo Porto de Vitória, administrado pela VPorts.
Na tarde de sexta-feira (19), um carregamento com mais de 5.8 mil automóveis elétricos chegou no Espírito Santo.
“A gente está com o recorde de um navio trazendo 5870 veículos, a gente é o porto que tem maior número de importação de veículos, ao todo. A gente tem 30% do mercado e destes 30%, 60% são de elétricos”, informou Rafaela Guasti, gerente comercial da VPorts.
A demanda pelos veículos está aumentando e por conta disso, a área de descarga no porto deverá ser aumentada, de acordo com Alsimar Damasceno, diretor de infraestrutura da Vports.
Ele disse que o Espírito Santo atua em duas importantes frentes para viabilizar a chegada dos veículos.
“A gente exporta o lítio por um grande parceiro nosso, um grande player, e importa os veículos elétricos, ou seja, estamos em dois pontos grandes da cadeia produtiva do veículo no mundo”.
Preços um pouco salgados
A produção nacional de carros elétricos começará em 2024, até lá, a importação continuará a única forma de adquirir um veículo como este. E os valores podem ser pouco convidativos: vão de R$ 149 mil e podem ultrapassar o meio milhão.
A situação pode ficar um pouco ainda mais complicada, pois o imposto de importação, atualmente de 10%, deve chegar a 35% até 2026.
Apesar disso, o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Elétricos, Ricardo Bastos, afirma que a produção nacional deve ajudar a baratear os veículos no Brasil.
Ainda de acordo com ele, a fabricação deste tipo de automóvel deve se tornar uma tendência nos próximos anos.
“A gente vai ter sim a produção local começando esse ano já de híbridos, mas a gente vai ter híbridos e elétricos chegando nos próximos dois anos, então essa realidade vai acontecer, isso vai ajudar a amortecer o impacto do imposto de importação. A gente está esperando que ao longo desse ano outras empresas anunciem o início da produção local.”
Opinião de quem utiliza
Atualmente os carros elétricos correspondem a 5% dos veículos que transitam pelas ruas do país, a expectativa é de que até 2026, este número infle para pelo menos 15%.
Alguns aumentos já são notados, inclusive, no ano de 2023, cerca de 94 mil veículos deste tipo foram adquiridos por motoristas brasileiros. Quem se rendeu ao modelo elétrico, foi o geógrafo Diogo Médici Poloni.
Ele explica que, como geógrafo, tem grande preocupação com a sustentabilidade e com o meio ambiente, preocupação esta que se traduz no momento de adquirir um automóvel.
“A gente sempre pensa na sustentabilidade. Eu sempre tive carro, sou geógrafo, tenho mestrado em Engenharia Ambiental, então essa questão ambiental é uma coisa que sempre preocupa a gente, mas quando chega o momento que dá viabilidade econômica, a gente consegue adotar um modelo mais econômico e menos poluente”
De acordo com ele, a única dificuldade é encontrar pontos para poder abastecer o carro, mas isso deve mudar com o tempo.
“Hoje a gente encontra um pouco de dificuldade com aceitação dos condomínios, mas eu acho que são mitos que em breve vão ser derrubados. Ele consome a mesma coisa de um ar condicionado, por exemplo. Eu uso ele 99% do tempo aqui na Grande Vitória, então para mim atende muito bem”.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record
Leia Também: ANTT conclui processo de atualização dos pisos mínimos de frete e edita nova Resolução