Economia

Espírito Santo exporta maior volume mensal de café conilon de sua história

No último mês de julho foram embarcadas 573.717 sacas de 60 quilos, ultrapassando o recorde anterior, de 546.769 sacas, alcançado há 28 anos

Foto: Divulgação

O Espírito Santo exportou, em julho, o maior volume mensal de café conilon – principal espécie produzida em terras capixabas – de sua história: 573.717 sacas. O recorde anterior era de 546.769 sacas, alcançado há 28 anos, em agosto de 1991.

No total, as exportações de café pelo Estado somaram, no mês passado, 701.075 sacas de 60 quilos, incluindo também os tipos arábica e solúvel, além do conilon. A receita cambial verificada no mês foi de 62 milhões de dólares.

Para o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), Jorge Nicchio, o feito se justifica pela ampla oferta global de café que derrubou os preços internacionais, fato que, somado à qualidade do conilon capixaba e à ausência de oferta de café robusta pelo Vietnã, principal concorrente do Brasil, atraiu os importadores.

“Outro motivo foi a crise hídrica verificada no Espírito Santo em 2016 e 2017, que acabou por fazer com que nossos produtores otimizassem suas técnicas de irrigação e renovassem os cafezais – o que provavelmente ocorreria só no ano que vem –, antecipando os efeitos de uma alta produção em 2019”, afirma Nicchio.

Entretanto, para o presidente do CCCV, o momento é muito delicado para todo o arranjo produtivo, principalmente para os produtores rurais, diante de preços tão deprimidos e custos de produção crescendo. Para Jorge Nicchio, esse cenário deve ser atravessado com muita atenção aos custos e aos tratos culturais no pós colheita, já que, sem atenção à qualidade, o café perde, não só em valor, como também em peso.

“É preciso também reduzir o ‘custo Brasil’, que onera nossas exportações e retira margens que permitiriam remunerar melhor nossos produtores”, conclui.

Toda a exportação de café em 2019 corresponde a 3.358.520 sacas, a uma receita cambial de 322 milhões de dólares e a um preço médio de 95,82 dólares por saca. O volume acumulado neste ano é quase o dobro daquele verificado de janeiro a julho de 2018, quando foram embarcadas 1,7 milhão de sacas de 60 quilos.

Ao todo, 46 países compraram os cafés do Espírito Santo em 2019. Os cinco maiores importadores são Bélgica (15,5%), Estados Unidos (15,1%), México (8,9%), Reino Unido (8,8%) e Itália (8,7%).