Economia

Espírito Santo registra crescimento de 1,6% na produção industrial

Os dados foram registrados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)

Foto: jarmoluk/Pixabay

Com resultados acima da média nacional, a produção industrial no Espírito Santo cresceu 1,6% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Diante de um crescimento de 18,2% em janeiro, a indústria capixaba já acumula duas altas consecutivas.

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Os dados são provenientes do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e compõem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Recuo da Indústria 

Divulgadas na última quarta-feira (26), as estatísticas também revelam uma desaceleração da atividade econômica ao redor do globo, fato causado pela adoção de uma política monetária contracionista nas principais economias do mundo no ano de 2023, entre elas o Brasil, segundo a presidente da Findes, Cris Samorini.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Cris Samorini é presidente da Findes

Ao contrário do Estado capixaba, o Brasil sofreu uma pequena redução no crescimento. 

Em comparação com janeiro, o mês de fevereiro registrou um recuo de 0,2%, totalizando 3 resultados negativos. 

Entre as 26 atividades analisadas pela pesquisa, 9 registraram variações negativas, principalmente produtos alimentícios (-1,1%), produtos químicos (-1,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%).

2022-2023

Apesar do crescimento registrado no Estado capixaba, o acumulado da produção industrial no 1º bimestre do ano de 2023 registrou um recuo de 3,8% em comparação com o mesmo período no ano de 2022.

De acordo com o Observatório da Indústria, o resultado foi consequência da queda brusca notada no desempenho da indústria de transformação (-10,2%) e da indústria extrativa (-0,1%).

Segundo a gerente executiva da plataforma e economista-chefe da Findes, Marília Silva, todas as atividades analisadas da indústria de transformação do Estado recuaram no primeiro bimestre do ano.

Foto: Ideies/Divulgação
Marília Silva é economista-chefe da Findes

“Esse desempenho contracionista do setor pode ser explicado tanto pela desaceleração da atividade econômica global no período, que desestimula as exportações, quanto pela elevada base de comparação em 2022”, destacou.

Além disso, Marília apontou o comportamento da indústria extrativa (-0,1%) pode ser compreendido devido ao contrabalanceamento entre a queda no setor de petróleo e gás natural e o avanço na produção de minério de ferro pelotizado.

“De acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção de petróleo no Espírito Santo acumulou queda de 11% no primeiro bimestre de 2023, e a extração de gás natural recuou 10,9%. Já segundo relatório trimestral da Vale, houve um expressivo aumento (206,8%) na produção da planta de Tubarão 3 no primeiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado (quando se encontrava em uma fase mais longa de manutenção programada)”, analisou.

Se tratando sobre o acumulado do 1º bimestre, a produção física da indústria brasileira recuou 1,1%.

Diante das grandes categorias econômicas, houve o registro de uma queda em bens de capital (-9,7%) e em bens intermediários (-2,2%), o que indica uma redução de investimentos da indústria em relação ao primeiro bimestre de 2022.

“Por outro lado, também temos motivos para estar otimistas, como a reabertura da economia chinesa, os primeiros sinais de redução de inflação global e a normalização das cadeias globais de suprimento. Vale lembrar que a nível local, segundo a Bússola de Investimentos produzida pelo Observatório da Indústria da Findes (consultada em 26 de abril), o Espírito Santo vai receber mais de R$ 37,9 bilhões em investimentos em 293 projetos até 2028. Isso significa geração de emprego e renda para a população”, disse a presidente da Findes, Cris Samorini.