O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse nesta segunda-feira (17) em Washington que a exportação de carne in natura para os Estados Unidos pode ser retomada em breve. “Eu penso que o mais rápido possível, em um horizonte de 30 a 60 dias, eu acho que é possível”, afirmou. Ele também disse que “não há qualquer objeção política por parte do governo americano de continuar esse mercado aberto para o Brasil”.
“Como eu tenho certeza que as mudanças que nós fizemos são tecnicamente aceitáveis, mudam muito o patamar que estava antes, então eu fico muito animado porque sei que elas serão reconhecidas pelos técnicos americanos. E, assim que forem aceitas, nós voltaremos ao mercado”, disse.
O ministro também afirmou que alguns cortes exportados continham pedaços de osso. Segundo ele, como o Brasil é livre de febre aftosa com vacinação, “acende um sinal amarelo aqui”. “Isso é preocupante porque nenhum país que é livre de febre aftosa com vacinação pode exportar peças com osso”, explicou.
O mercado dos Estados Unidos foi aberto ao Brasil em setembro de 2016, após 17 anos de negociações. Segundo o Mapa, entre janeiro e maio de 2017 foram exportadas mais de 11 mil toneladas, o que representa cerca de US$ 49 milhões.
Sobre denúncias reveladas na Operação Carne Fraca de que fiscais do ministério poderiam estar recebendo pagamentos indevidos por parte de frigoríficos e empresas como a JBS, o ministro disse que “o governo brasileiro já está preparado para fazer as substituições necessárias daqueles nomes que forem envolvidos”. As atividades da JBS chegaram a ser suspensas após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investigou um esquema de suborno a fiscais agropecuários para liberação da venda de carnes inadequadas para o consumo. Logo que a operação foi iniciada, mais de 30 servidores foram afastados de suas funções.