O preço das exportações capixabas cresceu 4,3%, enquanto o das importações caiu 3,7% em janeiro. A pesquisa leva em conta os resultados do mesmo período no ano passado.
O levantamento foi feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo. Além disso, a Connect Fecomércio-ES usou como base os dados do Comex Stat.
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Do mesmo modo, os termos de troca do Espírito Santo, que indicam a relação entre os preços de exportação e importação, aumentaram 8,4% em janeiro. Isso indica um ganho de poder de compra, de fortalecimento econômico e de maior competitividade internacional.
A demanda global, os custos de produção, a taxa de câmbio e os acordos de pagamento podem influenciar os termos de troca. Se os preços dos produtos exportados aumentam em relação aos importados, a relação de troca melhora, o que é vantajoso para o exportador.
Os termos de troca capixabas apresentaram o quinto melhor resultado entre os estados brasileiros. A alta de 4,3% no preço das exportações foi a segunda melhor do país, ficando atrás somente do Amazonas.
A coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, Ana Carolina Júlio, explicou que os termos de troca podem ser influenciados pelos preços das importações e das exportações. Ou seja, se o preço dos produtos exportados aumenta, os termos de troca tendem a melhorar.
Além disso, os termos também podem ser alterados pelas mudanças na oferta e na demanda dos produtos, pela tecnologia e inovação e pela valorização ou desvalorização da taxa de câmbio.
Em janeiro, o Espírito Santo apresentou uma movimentação total do comércio exterior de cerca de 1,83 bilhão de dólares, o que representou um leve recuo de 2,5% na movimentação em relação a dezembro de 2024. Houve um volume de cerca de 900 milhões de dólares em exportações e 930 milhões de dólares em importações.
Produtos exportados e importados
O minério de ferro foi um produto com alta exportação capixaba em janeiro. Representou 24,79% do valor total exportado no mês. Assim, o valor gerado por sua exportação foi 223,9 milhões de dólares.
Além do minério de ferro ser importante para a pauta exportadora capixaba, a capacidade instalada de portos como terminal de Tubarão (especializado na exportação de minério de ferro), reforça a vocação do Espírito Santo como um importante polo de escoamento da produção mineral nacional, especialmente para países com alta demanda industrial, como a China. Ana Carolina Júlio, coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio.
O café não torrado ocupou a segunda posição, com 173,5 milhões de dólares e uma participação de 19,3%. Do mesmo modo, os produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço somaram 135,4 milhões de dólares (15%).
Nas importações, o principal item importado foi aeronave e outros equipamentos relacionados, que somaram 136,8 milhões de dólares. O que representa 14,7% do total importado.
Além disso, o carvão foi o segundo principal item importado, totalizando 134,2 milhões de dólares (14,4%). Já os veículos para transporte de mercadorias e usos especiais totalizaram 98,9 milhões de dólares (10,6%).
Os automóveis de passageiros atingiram um valor de 82,3 milhões de dólares (8,8%). O estado tem recebido, principalmente, veículos chineses elétricos, já que o estado se tornou a principal porta de entrada de carros elétricos no país.
As exportações e importações de janeiro deste ano mostram a importância estratégica do complexo portuário do Espírito Santo para o comércio exterior do Brasil, já que as principais mercadorias que saem dos portos capixabas também pertencem aos mais importantes produtos da pauta de exportação brasileira (que são o minério de ferro e o café não torrado). Pelo lado da importação, o estado recebe itens de alta tecnologia, matérias-primas estratégicas e produtos de consumo que suportam o desenvolvimento industrial. Ana Carolina Júlio, coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio.