Economia

Famílias capixabas começam o ano mais dispostas a consumir

O índice de consumo das famílias vinha registrando retração desde junho de 2016 e, em janeiro de 2017, avançou em relação ao mês anterior, registrando 54,1 pontos

O ano começou com crescimento na intenção de consumo das famílias Foto: Agência Brasil

Após seis quedas seguidas, a intenção de consumo das famílias de Vitória registrou, em janeiro de 2017, uma alta de 5,4%, como mostra a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES), na capital capixaba. O índice vinha registrando retração desde junho de 2016 e, em janeiro de 2017, avançou em relação ao mês anterior, registrando 54,1 pontos. Entretanto, na comparação com o mês de janeiro de 2016 o recuo foi de 18,5%. 

Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, o crescimento apresentado na intenção de consumo das famílias no início de 2017 é muito importante. Principalmente porque mostra que as famílias avaliaram melhor a renda atual e a possibilidade de o responsável pelo domicílio ter uma melhora profissional nos próximos meses: “Esse dois fatores afetam o índice positivamente, o que melhora a avaliação da renda e do consumo”, explica.

O índice varia de 0 a 200 pontos, no qual 0 significa insatisfação total e 200 significa satisfação total em consumir. Assim, mesmo com o aumento na pontuação registrada em relação ao mês anterior, é importante notar que o índice de Intenção de Consumo das Famílias de Vitória ainda se encontra no patamar de insatisfação.

Perspectivas profissionais impulsionaram o índice

O subíndice “Perspectiva Profissional” foi o que mais influenciou positivamente o índice geral, com crescimento de significativos 14,2% em relação ao mês anterior. Este e mais quatro dos sete subíndices apresentaram alta em janeiro em relação ao mês anterior. Porém, apesar das altas, todos os componentes permanecem no patamar de insatisfação, são eles “Emprego Atual” (99,5 pontos), “Perspectiva Profissional” (35,4 pontos), “Renda Atual” (64,3 pontos), “Compra a Prazo – Acesso ao crédito” (72,2 pontos), “Nível de Consumo Atual” (36,9 pontos), “Perspectiva de Consumo” (36,8 pontos) e “Momento para Duráveis” (33,7 pontos).

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Colatina, Carlos Roberto Zorzaneli, o mês de janeiro historicamente apresenta resultados bastante positivos para o comércio. Ele atribui isso ao período de férias escolares e também à preparação das famílias para o novo ano letivo, com a compra de materiais escolares. Segundo ele, a expectativa para 2017 é otimista quanto à recuperação, ainda que lenta, do comércio.

Renda e crédito

A análise do componente “Renda Atual” mostrou um crescimento de 11,9%, ainda assim, o subíndice também se encontra abaixo do nível de satisfação, em 64,3 pontos. Um resultado positivo também na avaliação sobre “Compras a Prazo”: caiu para 49% o percentual daqueles que avaliam que está mais difícil conseguir um empréstimo atualmente comparando com o mesmo período do ano passado.

Já no quesito acesso ao crédito para as compras a prazo, que interfere mais na aquisição de itens de maior valor, como os bens duráveis (eletrodomésticos, TV, som, automóvel etc.), 79,4% dos entrevistados afirmaram que, atualmente, é um mau momento para a compra desses produtos. O subíndice que avalia o momento para bens duráveis está em 33,7 pontos.

Cautela é palavra de ordem

Sepulcri lembra que, apesar de os resultados da ICF de janeiro de 2017 serem importantes, eles devem ser avaliados com cautela, pois o índice de intenção de consumo ainda se encontra bem abaixo do nível de satisfação, o que significa dizer que as melhorias ainda não se traduzem em retomada: “Ainda não é possível afirmar que há uma retomada na trajetória de crescimento das vendas, considerando que as condições do cenário econômico ainda são desfavoráveis, especialmente as do mercado de trabalho”, finaliza.