Economia

Fecomércio estima mais de R$ 20 milhões de prejuízo com greve dos rodoviários na Grande Vitória

A federação diz que a estimativa para a queda no movimento das lojas por conta da greve é de 50%, variando de acordo com a localização do comércio

Foto: Lucas Calazans

O comércio capixaba estima um prejuízo de mais de R$ 20 milhões após os dois dias de greve dos trabalhadores rodoviários na Grande Vitória. Segundo a Federação do Comércio do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), a estimativa para a queda no movimento das lojas por conta da greve é de 50%, variando para mais ou menos de acordo com a localização do comércio.

“Nós temos uma média de faturamento diário em nosso Estado. Geralmente, em dias comuns, gira em torno de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões por dia. Fazendo um cálculo de percentuais do movimento coletivo, nos entendemos que, na segunda-feira, atingimos uma queda de 40%, ou seja, deixamos de faturar em torno de R$ 10 milhões”, explica o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri. 

Os valores, contudo, devem ultrapassar os R$ 20 milhões nos dois dias, já que na terça-feira, o mínimo de circulação de 50% da frota, conforme determinou a Justiça, não foi respeitado e menos de 10% dos ônibus, segundo a GVBus, estava nas ruas. “Com certeza, o prejuízo foi muito maior, porque a determinação judicial não foi cumprida. Infelizmente foram dois dias de prejuízo enorme para o comércio”, afirma Sepulcri.

Considerando os principais municípios atingidos pela greve na região metropolitana do Estado – Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana -, o PIB diário do comércio e serviços das cidades e também o percentual de queda no fluxo, é possível estimar que os setores tenham deixado de faturar R$ 10 milhões por dia.

Para minimizar os efeitos do prejuízo, Sepulcri recomenda que os comerciantes se concentrem na recuperação por meio das vendas. “A recuperação do prejuízo, por si só, será através das vendas. O que se perdeu, perdeu. O que temos que fazer é criar entusiasmos à nossa equipe de vendas e tentar proporcionar ofertas especiais para o consumidor, afim de criar motivação das compras”, diz.

Atrasos em entregas podem inflar valores

Entretanto, segundo a Fecomércio, os prejuízos causados ao comércio e aos serviços podem ser ainda maiores, pois envolvem outras variáveis que somam no cálculo final. Além da queda nas vendas, o comércio de bens e serviços foi prejudicado com atrasos ou, até mesmo, com a falta de funcionários que dependem do transporte público, acarretando problemas também no atendimento.

Já os comerciantes que optaram por buscar os funcionários em casa, custeando uma condução alternativa, tiveram um gasto ainda maior. Tudo isso, segundo a Fecomércio, vai impactar no resultado do mês de dezembro, um dos períodos mais importantes para as vendas com a chegada do Natal e Ano Novo.