Economia

FGTS para empregado doméstico será obrigatório a partir desta quinta-feira

Segundo o Fisco, a guia não limitará o número de pessoas incluídas pelo empregador doméstico, sendo que a obrigatoriedade é a partir da competência outubro

O recolhimento do FGTS, uma novidade para os empregados domésticos, está na Lei Complementar 150 Foto: Divulgação/ R7/ AP Photo

Os empregadores domésticos terão que recolher, a partir deste mês, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e outras obrigações de seus empregados. Para facilitar o recolhimento, a Receita Federal oferecerá um sistema que permite o pagamento das contribuições sociais em único boleto.

O próprio sistema fará todos os cálculos das contribuições previdenciárias do Imposto de Renda Retido na Fonte, se o empregado ganha acima de R$ 1.903, e do FGTS, informou a Receita Federal. Basta apenas que o empregador preencha os valores nos campos indicados na guia eletrônica que estará disponível na homepage da Receita Federal.

De acordo com o Fisco, a guia não limitará o número de pessoas incluídas pelo empregador doméstico, sendo que a obrigatoriedade é a partir da competência outubro, que tem vencimento no dia 7 de novembro.

O recolhimento do FGTS, uma novidade para os empregados domésticos, está na Lei Complementar 150, que regulamentou a Emenda Constitucional 72 — resultado da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das Domésticas.

Pela lei, o governo foi obrigado a criar o Simples Doméstico, que assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores de 8% a 11% de contribuição previdenciária, dependendo do salário do empregado, 8% de contribuição patronal previdenciária para a seguridade social, a cargo do empregador doméstico, 0,8% de contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho, 8% de recolhimento para o FGTS, 3,2% para o fundo de demissão por justa causa e o Imposto de Renda Retido na Fonte para os trabalhadores que ganham acima de R$ 1.903,99.

Direitos

As mudanças na legislação estabeleceram a igualdade de direitos e os trabalhadores domésticos que passaram a contar com o seguro-desemprego, com o adicional noturno e a indenização em caso de demissão sem justa causa, entre outros.

A jornada do emprego doméstico passou também, por lei, a ser de 8 horas diárias e 44 horas semanais, com direito a receber pelas horas extras trabalhadas.

Outra novidade, a multa pela demissão sem justa causa. O empregador deverá depositar, mensalmente 3,2% do valor do salário numa espécie de poupança, que deverá ser usada para o pagamento da multa dos 40% de FGTS. Caso a demissão seja por justa causa, o dinheiro retornará para o empregador.

O governo tem um projeto para unificar cada vez mais o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados conhecido como eSocial , numa ação conjunta com a Caixa Econômica Federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), MPS (Ministério da Previdência), MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), Secretaria da Receita Federal, além do Ministério do Planejamento.

No portal, o módulo para o empregador doméstico está indisponível temporariamente para que sejam feitas as adequações à nova lei que concedeu os mesmos direitos para os trabalhadores domésticos.

Com informações do Portal R7