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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Devo ou não dar mesada ao meu filho?

Normalmente a necessidade de uma mesada vem dos hábitos e convívio social da criança. Se em seu grupo social há o costume de saírem para comer algo no shopping, por exemplo, seus filhos podem passar a demandar esse tipo de recurso para acompanhar os amigos.

Porém, muitos pais preferem dar o dinheiro ou adotar outras práticas. Mas na verdade a mesada vai muito além desse papel de manter os gastos: ela ensina lições de educação financeira importantíssimas para a formação da criança ou adolescente. Estas lições são fundamentais e fazem muita diferença no futuro.

Para os pais: aprendam a lidar com a mesada

A questão da mesada se trata de um treino da criança para a vida adulta, o de como ter responsabilidade financeira. E se não der certo, menos mal, os valores não serão tão relevantes. E muitas vezes essa ideia parte dos próprios filhos, com base em colegas ou em programas que eles assistem.

Em primeiro lugar, ao conceder uma mesada, o valor deve ser debatido com base em um orçamento. Para isso, vocês podem chamar seus filhos para conversarem sobre o que eles gostariam de fazer se tivessem o próprio dinheiro. Estes gastos devem incluir guloseimas, refeições fora de casa, acessórios da moda, atividades de lazer e até mesmo vestuário, se acharem necessário.

Mas nunca inclua gastos de necessidade básica, como materiais de estudo, uniforme escolar, por exemplo. Esse tipo de despesa deve ser arcada pelos pais, até porque seria a primeira que crianças e adolescentes abririam mão, caso fossem opcionais.

Com base no que eles falarem, calculem juntos o valor e então proponha algo para ensinar a habilidade de dar prioridade aos gastos e fazer ajustes quando necessário.

Se eles precisarem de algo que ultrapasse o valor da mesada, ensinem a mágica de poupar e investir, facilitando o atingimento do objetivo e os ensinando a se planejarem para chegar até lá. E mais, não apenas nessas ocasiões, mas o ideal é que eles consigam deixar algum dinheiro sobrar para poupar e investir. Ensinem isso.

O esforço deve ser recompensado e a mesada pode ser utilizada como forma de incentivo

É muito importante deixar claro para as crianças e adolescentes que, para atingir nossos objetivos, precisamos nos esforçar. Afinal, nossa renda é fruto do nosso trabalho, então porque não inserir isso na rotina dos filhos. Atividades inerentes a cada idade, como arrumar a cama, guardar os brinquedos e tirar boas notas podem ser utilizadas como incentivo para que a mesada seja melhor. A forma como os pais lidam com a mesada é o principal fator para definir se será ou não uma boa estratégia de educação financeira.

Você pode programar uma espécie de bônus ao fim do ano para recompensar boas notas, por exemplo. Isso sim pode servir como incentivo para os pequenos e casar com o mesmo período em que eventual 13º ou bônus do trabalho podem entrar.

Frequência: semanada, quinzenada ou mesada?

Até mesmo adultos passam pela situação de chegar ao final do mês sem dinheiro para bancar as despesas necessárias. Agora imaginem para uma criança que não está habituada a lidar com dinheiro! Por isso, vale avaliar sobre iniciar o pagamento da “mesada” em frequências menores, como no caso da quinzenada (15 dias) e da semanada (1 semana). Até porque a percepção de tempo é diferente para as crianças: ele demora mais para passar.

Com o tempo e com a maior disciplina dos filhos, você poderá então aumentar a frequência. Mas o mais importante, não importa se o dinheiro acabou, não dê mais antes de finalizar o período acordado previamente. Isso estragaria toda a educação financeira exercitada. E como não há nada de essencial, o máximo que vai acontecer é eles passarem vontade, mas não necessidade.

E na próxima mesada com certeza saberão se planejar melhor.