Na próxima década, será mudado o perfil da economia do Espírito Santo. Foi o que garantiram empresários no terceiro painel do 6º Encontro Folha Business, focado no tema: “Como selecionar investimentos em tecnologia para 2022”. O evento, uma parceria da Rede Vitória com o Folha Business e a Apex Partners, foi realizado no Cerimonial Le Buffet, em Vitória.
Os profissionais que participaram do debate foram Marcel Malczewski, fundador e CEO da TM3 Capital, e Filipe Caldas, sócio-fundador da Carbyne Investimentos. A mediação foi feita por Ricardo Frizera, head do Folha Business.
Acostumados ao cenário competitivo e dinâmico de empresas que lidam com inovação, eles disseram que a transformação do modelo de negócios será cada vez mais constante. A geração de riquezas no Estado, baseada principalmente no agronegócio e na indústria, também irá incluir fortemente categorias de serviços amparados no ramo de tecnologia.
Malczewski também é o representante da gestora de fundos Trivèlla M3 Investimentos. Ela é empresa classificada em primeiro lugar, no processo conduzido pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). A instituição, por meio de uma uma chamada pública, selecionou uma empresa para gerir recursos provenientes do Fundo Soberano do Espírito Santo, num montante de R$ 250 milhões.
A partir de janeiro de 2022, a M3 Investimentos irá usar este valor para implantar um processo de aceleração de novas empresas e empreendimentos, incrementando o cenário de economia digital no Espírito Santo.
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“A proposta vencedora que nós apresentamos para o Bandes envolvia investimentos em startups e propusemos também um processo de aceleração de empreendedores semelhante ao que aconteceu em Florianópolis (Santa Catarina), em Barcelona (na Espanha), em Medellín (na Colômbia)”, explica.
No radar da empresa já estão 240 oportunidades no Espírito Santo (entre empresas e empreendimentos) para participar do processo de seleção de investimentos.
Algoritmo para escolha de startups
O sócio-fundador da Carbyne Investimentos, Filipe Caldas, defendeu que a tecnologia não fica restrita apenas para automação de serviços. Ela pode ser uma aliada em ações mais subjetivas. É capaz de auxiliar o investidor em momentos em que é necessária uma tomada de decisão, como numa preferência por uma startup.
O lado emocional pode atrapalhar. Fundamental, em se tratando de negócios, é deixar a razão fluir e ter a última palavra. Assim, ele desenvolveu uma ferramenta cujo algoritmo realiza uma análise de dados para fundamentar bem a escolha. “O que é uma análise de investimento? É semelhante a uma receita de bolo acompanhada de um check list sobre quais os ingredientes estão disponíveis. Nos investimentos, é a mesma coisa. Vai haver perguntas que você terá que fazer para o empresário na hora de definir qual empresa receberá o investimento”, comparou.
Caldas diz que é possível digitalizar todo o processo de análise, através de um questionário a ser respondido pelo investidor, apontando detalhes e descrições do que ele deseja numa empresa ou serviço. “Essa informação pode ser processada e você pontua essas respostas. A partir daí, o algoritmo vai fazer a triagem, eliminar o erro humano e destacar quais empresas podem ser de interesse”, desenvolve.
>>> Assista ao encontro na íntegra: