Economia

'Resultado de outubro é pior que em 2019, mas melhor do que expectativas', afirma secretário do Tesouro Nacional

Para Bruno Funchal, os números das contas públicas foram impactados pelo aumento da arrecadação de tributos

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, ressaltou que, apesar de pior do que outubro de 2019, o resultado do governo central do mês passado veio acima das expectativas de mercado. No mês passado, as contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram um déficit primário de R$ 3,564 bilhões em outubro, o pior desempenho para o mês desde 2015.

Funchal destacou que o resultado foi impactado pelo aumento da arrecadação de tributos, explicado principalmente pelo pagamento de impostos que foram adiados nos primeiros meses da pandemia e estão sendo recolhidos agora. “Houve aumento no recolhimento do Imposto de Renda que não é relacionado com diferimento”, completou.

IOF

O secretário do Tesouro Nacional reconheceu que o ideal seria ter algo planejado para mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas explicou que se tratou de uma “contingência”. O governo precisa compensar a despesa de R$ 80 milhões para isentar a conta de luz para consumidores do Amapá, atingidos por um apagão no início do mês.

Ontem, o governo anunciou a antecipação em um mês do fim da isenção da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações de crédito, seguro e câmbio. O benefício iria até 31 de dezembro e, agora, será encerrado hoje, 26 de novembro.

Sem ter em mãos números precisos, Funchal disse que o impacto de um mês de IOF resulta em cerca de R$ 2 bilhões. Questionado se o governo foi movido também por razões fiscais, dado a grande diferença entre o custo da isenção na conta de luz e o efeito esperado com a mudança no IOF, ele disse que foi por “conservadorismo”. Assim, segundo o secretário, o governo tem uma “gordura” com a reversão antecipada da isenção de IOF.

Funchal explicou ainda que o IOF foi escolhido porque é um imposto regulatório – ou seja, o governo pode mexer nas alíquotas sem necessidade de aval prévio do Congresso – e sua mudança tem impacto imediato (enquanto outros requerem prazos para entrar em vigor).