Economia

Gasolina despenca na refinaria, mas resiste na bomba

Desde setembro, o combustível na usina caiu 31%, mas no posto essa queda ficou em 1,47%

Foto: EBC

O preço da gasolina comum despencou nas refinarias, mas não mudou nas bombas. Desde setembro, o combustível na usina caiu 31% (sem impostos) e atingiu o nível mais baixo desde julho. No posto, porém, a gasolina ficou só 1,75% mais barata em todo o País, no mesmo período.

Na última semana, a Petrobras divulgou que a gasolina nas refinarias estava em R$ 1,5556 – em comparação a R$ 2,2514 na segunda quinzena de setembro. No mesmo período, dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostram que o preço médio da gasolina na bomba caiu de R$ 4,696 para R$ 4,614.

Em setembro, os preços foram afetados pela alta do petróleo no exterior e a desvalorização do real em relação ao dólar, e o combustível atingiu um pico de preço. Em alguns postos de São Paulo, a gasolina chegou a custar acima de R$ 5 o litro.

Agora, as sucessivas quedas dos preços dos combustíveis pela Petrobras refletem o recuo no preço internacional do petróleo. O preço da gasolina no exterior, caiu 15,3% nos últimos 30 dias, aponta a consultoria Rosenberg e Associados.

A queda mais lenta nos preços pagos pelo consumidor é explicada pelos altos impostos que incidem sobre o combustível, diz o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia. “Quase metade do preço na bomba é imposto. O preço de refinaria, que a Petrobras divulga, acaba sendo distorcido pelo que incide sobre o combustível.”

O setor argumenta que, na época em que a gasolina subiu na refinaria, ele não repassou essa alta para o consumidor e absorveu parte do aumento. Mas o aumento que deixou de ser repassado ao consumidor foi menor que a diferença entre o preço de refinaria e o de bomba agora. De julho a setembro, a gasolina subiu 14% na refinaria e 4% no posto, diferença de dez pontos porcentuais. Agora, essa diferença é de quase 30.

Os postos também dizem que o consumidor deve perceber a redução maior aos poucos, conforme o combustível comprado no preço antigo for sendo substituído nas bombas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.