*Artigo escrito por Moacyr Pimentel de Figueiredo Côrtes, bacharel em Direito, empresário, CEO da Entre Rios e Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo GRC do IBEF-ES.
A governança corporativa consiste em um sistema pelo qual as empresas são dirigidas, monitoradas e incentivadas, a partir da análise dos processos produtivos para averiguação dos pontos fortes e fracos da empresa, evitando perda na margem de lucro e queda no faturamento.
Isto posto, podemos ver a Pif Paf Alimentos que, por meio desse método, tem adotado boas práticas, garantindo assim uma maior sustentabilidade e segurança nos negócios, ao definir que o processo na tomada de decisão seja feito de forma colegiada, minimizando as chances de acontecer conflito de interesse.
Pode-se compreender que a governança corporativa é um dos principais fatores para o sucesso de uma empresa, ao alinhar as atividades desenvolvidas ao objetivo, otimizando o valor econômico de longo prazo e preservando o capital financeiro das instituições.
Inicialmente, as empresas familiares apresentam um menor grau de robustez em sua estrutura em comparação às empresas corporativas que apresentam uma governança corporativa.
Posta essa premissa, entende-se que a governança familiar é o sistema pelo qual a família desenvolve suas relações e atividades empresariais com base em sua identidade (os valores, propósitos e os princípios) e no estabelecimento de regras, acordos e funções.
Além disso, a administração familiar apresenta como objetivo a obtenção de informações mais seguras, maior qualidade na tomada de decisão, auxiliar na mitigação ou eliminação de conflitos de interesse familiares, superar desafios e propiciar a longevidade dos negócios.
A partir do estudo Governança em Empresas Familiares: Evidências Brasileiras (2019), realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), foi possível perceber que algumas famílias e suas empresas ainda “precisam se conscientizar da importância de criar regras para disciplinar o relacionamento da família com o negócio, outras têm como desafio o processo de avaliação individual dos conselheiros de administração”.
A referida pesquisa identificou que algumas boas práticas já estão mais consolidadas, como a adoção de mecanismos formais de separação do patrimônio familiar e da empresa e a criação de um órgão de fiscalização e controle.
Por outro lado, há um longo caminho a ser percorrido em relação ao processo sucessório e à avaliação do conselho de administração.
A referida pesquisa cita, como principais problemas enfrentados pelas empresas familiares, a ausência de um documento que reze sobre a entrada e saída dos sócios na sociedade, a inexistência de alguma estrutura de governança documentado e a ausência de um processo sucessório, com políticas de inserção e treinamento dos herdeiros para ocupação de cargos de gestão, como um acordo de acionistas ou um protocolo familiar.
Dito isto, a governança corporativa vem para auxiliar o processo sucessório ao estabelecer treinamentos aos herdeiros, capacitando-os para suceder os cargos de gestão e adquirirem pleno conhecimento sobre o funcionamento da corporação.
Sabe-se que os conflitos nas empresas familiares tendem a ser mais recorrentes e intensos.
Assim, esse instituto tem o condão de determinar os padrões culturais, estabelecer funções dos membros da sociedade, encarar os conflitos como parte necessária do processo e antecipar possíveis problemas por meio de regras acordadas entre todos.
Evidencia-se que a governança corporativa auxilia as empresas familiares ao estabelecer uma estrutura governamental sólida e documentada, facilitando a resolução de conflitos a partir da antecipação dos problemas por meio de regras pactuadas, definindo as funções e suas responsabilidades, criando um planejamento sucessório e um plano de formação para os herdeiros.