Economia

Greve dos petroleiros prejudica trabalhos em plataformas do Espírito Santo

Na manhã desta segunda-feira (02), representantes do sindicato estiveram no terminal de embarque da Petrobras, localizado ao lado do Aeroporto de Vitória, com faixas e cartazes

Representantes do sindicato durante ação em Vitória nesta segunda Foto: Reprodução Facebook

A greve dos petroleiros, iniciada na noite do último domingo (01), já afeta as atividades em plataformas de petróleo, operadas pelo Petrobras, no Espírito Santo. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Petroleiros no Espírito Santo, Paulo Rony Viana, pelo menos 650 trabalhadores já aderiram ao movimento no Estado.

Nas plataformas, segundo Rony, a adesão é maior na P-58, localizada no complexo denominado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. No entanto, a greve também gera reflexos nos trabalhos da P-57, que opera no campo de Jubarte; no Terminal Aquaviário de Vitória; Terminal de Barra do Riacho em Aracruz, e no terminal de Gás de Cacimbas, em Linhares. 

Na manhã desta segunda-feira (02), representantes do sindicato estiveram no terminal de embarque da Petrobras, localizado ao lado do Aeroporto de Vitória, com faixas e cartazes. 

“Estamos tentando convencer os trabalhadores. Colocamos faixas e estamos tentando conscientizá-los sobre as nossas ações”, disse Rony.

Paralisação nacional

A paralisação foi definida na quinta-feira, 29, após reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT). Na quarta-feira, 28, representantes da Federação também se reuniram com a Petrobras, após ultimato para negociar a pauta proposta pelos sindicatos, que é contra a venda de ativos e pela manutenção de investimentos da companhia. 

“A atual direção da Petrobras não responde à nossa pauta e tenta impor a pauta dela, com redução de benefícios. Não houve respostas objetivas em relação à reposição de efetivo, melhorias de segurança, por exemplo. Há quatro meses a companhia está em silêncio para nossas demandas”, afirmou José Maria Rangel, diretor da FUP.

Segundo ele, a expectativa de adesão à greve é semelhante à de 1995, quando a categoria parou as atividades por cerca de dois meses em oposição à proposta de privatização e mudança de nome da Petrobras. “A aprovação nas assembleias foi maior de 80% e superou nossas expectativas para fazer um bom movimento contra a venda de ativos, que é uma forma de privatização”, afirmou o líder sindical.

Desde a última quinta-feira (29), oito Estados já paralisaram as atividades após determinação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), entidade ligada à Força Sindical. O grupo negocia reajuste salarial com a Petrobras. A estatal ofereceu 8,11% em segunda proposta, mas os petroleiros querem 18% de aumento, porcentual calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para recomposição de perdas com a inflação e ganhos de produtividade.

Também na quinta (29), em nota, a Petrobras sinalizou que tem “compromisso de dialogar abertamente”. A estatal criou uma comissão de negociação para discutir os termos de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que propõe redução de jornada de trabalho e alguns benefícios corporativos aos trabalhadores. “As atividades da empresa são normais e não há prejuízos à produção ou ao abastecimento do mercado”, diz o comunicado.

(Com informações do Estadão Conteúdo)