O Grupo João Santos teve o plano de recuperação judicial homologado pela 15ª Vara Cível de Recife, no Pernambuco, na sexta-feira (7). A dona da fábrica de Cimento Nassau e da Rede Tribuna, afiliada da Band no Espírito Santo, poderá vender imóveis para pagar parte das dívidas.
O objetivo da negociação dos ativos imobiliários considerados não estratégicos para a sua principal atividade, a indústria do cimento, é alcançar uma arrecadação inicial de R$ 920 milhões.
O valor obtido com a venda dos imóveis será usado, segundo comunicado divulgado pelo Grupo João Santos, para o pagamento de 100% dos créditos trabalhistas devidos a 20.592 funcionários e ex-funcionários. O número representa cerca de 89,8% dos credores trabalhistas das empresas do Grupo. Outras 944 pessoas, cerca de 4% do total de credores trabalhistas, receberão 50% de seu crédito.
Pelo acordo homologado, o grupo tem dois anos para honrar suas dívidas trabalhistas e com fornecedores. Também serão pagos os montantes devidos no empréstimo DIP celebrado com a gestora ARC Capital e com a PGFN.
A maior parte dos imóveis que devem ser vendidos, segundo o grupo, pertence ao patrimônio da Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), razão social da Usina Santa Tereza, que fica na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Na região, há um complexo industrial onde estão as fábricas de veículos e de indústrias cervejeiras.
O grupo também planeja a reabertura de uma das fábricas de cimento fechadas na administração anterior. A fábrica da Itacimpasa fica em Itaituba, no Pará. Para voltar a operar, a unidade já recebe investimentos. Inicialmente, 300 postos de trabalho devem ser gerados.
O Grupo João Santos afirmou que também trabalha na renegociação das dívidas tributárias com os estados. No Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Norte, de acordo com o comunicado divulgado pelo grupo, os débitos fiscais estaduais foram renegociados integral ou parcialmente, reduzindo a dívida em R$ 414,5 milhões.
“Além da obtenção dos benefícios, a regularização da situação fiscal nos estados é fundamental para o cumprimento das condições de homologação do plano de recuperação judicial”, pontuou Guilherme Rocha, copresidente do Grupo.
“Essas negociações trarão ao Grupo João Santos novas condições para a reabertura das novas fábricas e, finalmente, a suspensão de medidas judiciais de cobrança das dívidas, agora regularizadas”, complementou Nivaldo Brayner, também copresidente.
