Economia

Haddad: desafio não será isentar IR, mas compensar cobrando de quem não paga imposto

Ministro ainda classificou a reforma tributária em andamento como a mais ambiciosa e progressista da história do Brasil

O ministro afirma que o trabalhador paga 27% dos impostos do país. Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro afirma que o trabalhador paga 27% dos impostos do país. Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (21) que o desafio da ampliação da isenção do imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais será compensar a renúncia gerada por meio da cobrança de quem não paga de forma justa atualmente.

“O desafio não vai ser isentar, o desafio vai ser compensar com quem não paga, e aí vamos ter que chegar no andar de cima e pedir, você que não está pagando nada enquanto o trabalhador paga 27% de imposto, vamos equilibrar esse jogo você vai pagar um pouco para alguém pagar menos”, disse, em entrevista ao ICL Notícias.

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“Para que tem Estado, PT? É para buscar isso”, complementou o ministro sobre o desafio, questionando o motivo de a justiça social ter virado um “pecado” em um dos países mais injustos em termos de distribuição de renda.

“Eu fico um pouco perplexo de ver que, às vezes, quem grita mais no Brasil é quem tem mais e quem menos contribui”, disse.

Haddad ainda classificou a reforma tributária em andamento como a mais ambiciosa e progressista da história do Brasil.

“De maneira que os privilegiados, hoje, que não pagam impostos, vão pagar para que quem paga, que é o trabalhador, pague menos. Hoje, quem paga imposto no Brasil é a população de maior baixa renda, ou sobre consumo ou descontado no imposto de renda na fonte”, disse Haddad.

A fala reforça a busca para que haja um equilíbrio nas cobranças entre as faixas de renda e que o governo não está preocupado em aumentar a arrecadação com as reformas tributárias. “O princípio é manter o equilíbrio, mas fazendo mais justiça tributária”, comentou.