Economia

Haddad diz que Bolsonaro 'estimulou' contrabando

Na avaliação do ministro da Fazenda, não houve ação de combate a essa atividade na gestão passada e a tributação de produtos do exterior melhorou situação da indústria brasileira

O ministro afirma que o trabalhador paga 27% dos impostos do país. Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro afirma que o trabalhador paga 27% dos impostos do país. Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 7, que o governo Bolsonaro “estimulou o contrabando de mercadorias”. Na avaliação dele, não houve uma ação de combate a essa atividade durante a gestão passada.

Para Haddad, a união do governo Lula e dos governos estaduais para estabelecer uma tributação sobre produtos do exterior melhorou a situação da indústria e do varejo brasileiro.

Porque essa coisa do contrabando, vocês não têm ideia do que estava acontecendo…  Agora, houve uma união dos governadores, todos os governadores, do Sudeste, do Nordeste, do Sul, todos se uniram ao governo federal para combater o contrabando. E passaram a cobrar dos contrabandistas, coisa que não era feita pelo governo anterior. Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

O ministro destacou ainda os números da indústria no ano passado, que registrou a maior taxa de crescimento dos últimos dez anos. Haddad ainda voltou a falar dos efeitos da reforma tributária aprovada recentemente. Na avaliação dele, a reforma vai ajudar no desenvolvimento do setor industrial, bem como nas exportações.

Haddad e os juros

Fernando Haddad afirmou ainda que é preciso muita sabedoria para conduzir a e calibrar a dose correta dos juros para conseguir controlar a inflação sem impactar negativamente a economia.

Em entrevista à rádio Cidade de Caruaru (PE) o ministro disse que o patamar de juros pode ajudar ou atrapalhar a economia.

O remédio para corrigir a inflação é muitas vezes você aumentar a taxa de juros para inibir a alta de preços. Agora tudo isso tem de ser feito da maneira correta, na dose certa. Isso é que nem um antibiótico. Você não pode tomar a cartela inteira num dia, nem pular o horário nem tomar mais do que você precisa. Nem menos, nem mais do que você precisa. A política monetária tem de ter muita sabedoria. Fernando Haddad, ministro da fazenda.

Haddad disse que é preciso observar a atividade econômica. Assim, a política monetária não gera problemas, como jogar o País em recessão ou gerar instabilidade com o exterior.

“Às vezes você aumenta para desaquecer um pouco a economia, porque, se estiver muito aquecida, os preços vão aumentar”.

O BC foi mais duro na última ata do Copom, ao citar que “o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida têm potencial de elevar os juros”.