Após anunciar a perda de mais de R$ 1 milhão de recursos com o fim do estacionamento rotativo em Cachoeiro, o Hospital Infantil Francisco de Assis (HIFA), teve mais uma baixa nos investimentos com a divulgação do balanço de 2016. O hospital fechou o ano com um déficit superior a R$ 4 milhões. Esta foi a primeira vez que o hospital fechou as contas no vermelho em 11 anos.
Com isso, o hospital teve que recorrer a empréstimos bancários para dar continuidade aos serviços prestados para as mais de 40 mil crianças, com idade até 12 anos, de todo Sul do Espírito Santo, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O presidente do HIFA, Winston Roberto, explica que a perda no percentual do valor pago pela tabela do SUS em 20% e aumento das despesas em 14% além do orçado, foram fatores que influenciaram na situação financeira do hospital.
“Estamos vivendo um momento econômico complicado e isso também repercute no hospital. O problema é que continuamos com uma demanda alta. Entre as principais causas deste quadro estão a perda do rotativo ano passado, oneração de custos com água e lixo hospitalar, medidas estas tomada pela gestão municipal anterior que resolveu cobrar algo, que até então, era doado ao hospital. Estamos preocupados com o que será do HIFA se isto não for revisto. Os números não são animadores, mas estamos trabalhando para tentar resolver da melhor forma”, comenta.
Jailton Pedroso, superintendente do HIFA, ressalta que é preciso sensibilizar os governos a reverem seus repasses e atualizar os valores destinados ao hospital. “Conseguimos manter os serviços devido ao nosso fluxo de caixa e com capital de terceiros, pois as perdas originadas na gestão municipal passada culminou em um elevado déficit orçamentário. Gerir sem dinheiro é um grande desafio e não podemos simplesmente informar a população que falta bons profissionais ou que o remédio acabou. No que diz respeito a administração, temos quadros extremamente enxutos e economizamos de todas as formas possíveis. Dentro de nossas auditorias fica comprovado que o que falta mesmo são recursos financeiros dos governos estadual e federal”, completa.
Todos os números apresentados no balanço foram auditados pela empresa Baker Tilly Brasil.