*Artigo por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão de 2024 do Ibef-ES.
Com o surgimento de startups no segmento de equipamentos e artigos esportivos, abre-se espaço para que, em breve, seja criado um ambiente promissor de negócios para quem deseja investir no mundo dos esportes, mesmo se tratando de um mercado com alto grau de complexidade e dominado, há anos, por um grupo bastante reduzido de empresas.
Quatro grandes players dominam o mercado esportivo mundial: Nike, Adidas, Puma e Under Armour.
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Nota sobre a visão errada do brasileiro sobre o empreendedor
Conhecidas como as BIG 4, juntas geraram, em 2022, um total de US$ 85 bilhões (aproximadamente R$ 500 bilhões), com supremacia total da Nike, que gerou US$ 46,7 bilhões de receita, com lucro líquido de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 35 bilhões).
No caso do Brasil, empresas como a Fila, New Balance, Olympikus, Penalty, Asics, entre outras, têm mostrado que é necessário se reinventar e investir na busca por novas fontes de receitas para impulsionar a criação de estratégias, gerar novas experiências, mais engajamento e maior consolidação da marca num universo altamente competitivo.
É nítida a disposição das empresas em utilizar os benefícios de se aliar inovação ao empreendedorismo, não somente para o negócio como para a sociedade em geral.
Novas tendências tecnológicas
É o caso da Cambuci S.A, transnacional brasileira, especialista na fabricação de roupas, acessórios e calçados, que fornece produtos para variados segmentos esportivos.
Detentora das marcas Penalty e Stadium, possui uma área específica responsável por mapear, implantar as novas tendências tecnológicas e trazer a sustentabilidade para os esportes.
Bola ecológica e gel para tênis e luvas
A empresa foi a responsável por desenvolver a primeira bola ecológica do mundo, já que, para cada produto fabricado, foram retiradas 4,5 garrafas PETs do meio ambiente.
De modo geral, esse tem sido o comportamento das grandes empresas do mercado esportivo e, nesse contexto, alguns lançamentos têm sido apresentados, como uma estação multifuncional de condicionamento físico baseada nos movimentos do surf, lançada pela Surf Evolution, startup de Santa Catarina.
Uma outra empresa catarinense, a Bodout, desenvolveu um gel para melhorar a conservação de pares de tênis, luvas de boxe e outros itens esportivos sujeitos à umidade.
A Astan Bike, empresa capixaba fundada em 2014, criou uma bicicleta plant-based, feita com madeira de reflorestamento, liga metálica e resinas vegetais de mamona, que são 70% menos tóxicas que as sintéticas e que não agridem o meio ambiente.
Internacionalmente, a Enda Sportswear, uma startup queniana, desenvolveu um tênis de alta performance para atender a atletas de seu país.
Coincidência ou não, disputar com quenianos em corridas de média ou longa distância tem sido uma tarefa hercúlea para a maioria dos atletas do atletismo mundial.
Enfim, embora os desafios sejam cada vez maiores, quando se tem o caráter empreendedor / inovador, as oportunidades aparecem e novos modelos de negócio podem surgir, mesmo em um mundo ainda controlado pelas grandes marcas mundiais.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.