*Artigo escrito por Pedro Henrique Mariano, MBA em Controladoria e Finanças, consultor e executivo de Controladoria, Planejamento, Finanças, Orçamento, Resultado e Processos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.
Na economia, entende-se como cenário uma projeção de futuro possível, baseada nas informações disponíveis no tempo presente. Mas qual é a importância da análise de cenários? No mundo dos negócios, tem grande valor a possibilidade de antecipar eventos que impactam nos resultados financeiros.
Por exemplo, uma instituição financeira em que a operação é diretamente impactada pela taxa de juros, se faz essencial acompanhar os movimentos da economia e os estudos que projetam o índice, de forma que decisões assertivas tomadas com antecedência podem representar maior lucro nas negociações.
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A análise de cenários tem o potencial de tratar hipóteses que sejam mais otimistas ou pessimistas. Dessa forma, para cada alternativa, uma organização pode traçar os próximos passos de forma mais vantajosa ou se preparar para enfrentar adversidades.
Ainda, no contexto da economia de um país, avaliar as expectativas de mercado e criar um planejamento estratégico é importante para que o poder público realize uma alocação adequada dos recursos em prol da população.
Para ilustrar, a análise de cenários pode apoiar a decisão de investir em infraestrutura de determinado ramo de atividade, ou optar por desenvolver uma região com maior potencial de crescimento sócioeconômico.
Monitoramento de riscos e oportunidades
Pode-se imaginar um ciclo temporal para a construção de um planejamento baseado em análise de cenário:
1. Definição do escopo da análise;
2. Caracterização do cenário atual;
3. Desenho do cenário desejado;
4. Olhar sobre os recursos disponíveis;
5. Análise das forças e fraquezas;
6. Análise de cenário com as ações necessárias.
Ainda, essa abordagem cíclica pode se repetir até que os objetivos futuros encontrem um caminho possível para serem alcançados. Nesse caso, decisões estratégicas são tomadas de forma mais assertiva e consciente, aonde é possível, de fato, ter gestão sobre os resultados.
O ambiente de negócios pode ser trabalhado em diferentes esferas. No contexto macroeconômico, as diretrizes do governo vigente são fontes que sinalizam as intenções e propostas a serem implementadas, assim como indicadores demográficos, comportamento de consumo e crescimento econômico são variáveis consideradas.
No contexto do ambiente de operação estão os indicadores do setor em que uma empresa atua, as tecnologias específicas disponíveis, concorrência, regulação, etc.
Por fim, no nível de organização, projeto ou profissional, cada empresa deve ser capaz de avaliar internamente seus indicadores gerenciais e operacionais para tomada de decisão.
“Cada escolha, uma renúncia”
O custo de oportunidade, somado às escolhas realizadas, são responsáveis pelos resultados obtidos.
O poder público pode optar por focar mais investimentos na área da saúde do que na área de produção de energia, ou, ainda, uma empresa pode decidir entre implantar um novo sistema para estruturar a operação existente e buscar novos negócios para expandir em novos mercados.
Informações são disponibilizadas por instituições, como: 1) BACEN com o relatório Focus; 2) Itaú BBA e Bradesco com publicação de índices econômicos em longo prazo; 3) IBGE e FGV com pesquisas e estudos demográficos recorrentemente atualizados sobre consumo, desemprego, endividamento, etc.
“Mar calmo nunca fez bom marinheiro”, mas um marinheiro bem preparado consegue navegar melhor em águas turbulentas.
Na prática, independentemente do ambiente onde se está inserido, seja para tomada de decisões públicas, empresariais ou no âmbito pessoal, estar atento às tendências macro e microeconômicas tem o poder de tornar as decisões tomadas em ferramentas de crescimento socioeconômico.