Nos últimos vinte anos, o programa Bolsa Atleta brasileiro tem sido um dos pilares fundamentais no avanço do Brasil em competições internacionais, especialmente nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Segundo dados do Ministério do Esporte, mais de R$ 1,5 bilhão foram investidos no programa e apoiado diretamente mais de 37 mil atletas, sendo, portanto, uma ferramenta importante para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no Brasil.
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A gestão eficiente do esporte nacional exige uma combinação de visão estratégica e políticas que garantam o suporte contínuo aos atletas.
O programa nesse contexto, surge como uma iniciativa crucial para assegurar que os atletas possam se dedicar integralmente ao seu treinamento e preparação.
Em um ambiente em que o patrocínio privado é limitado e frequentemente direcionado a poucos atletas de destaque, a bolsa oferecida pelo programa é, para muitos, a única forma de se manter competitivo no cenário internacional.
Os resultados obtidos pelo Brasil desde a implementação do programa são sólidos e o ápice ocorreu nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, quando 77% da delegação brasileira era composta por bolsistas.
O resultado tinha sido a melhor campanha da história do país nos Jogos, com a conquista de 19 medalhas, sendo 7 de ouro, porém, em Paris 2024, o Brasil alcançou 20 medalhas, uma a menos que nos Jogos de Tóquio 2020, quando o programa reafirmou sua importância, com 89% dos atletas da delegação brasileira sendo beneficiários.
Naquela ocasião, o Brasil alcançou um recorde de 21 medalhas, consolidando o Bolsa Atleta como um dos principais motores do esporte nacional.
Além das medalhas, o programa desempenha um papel crucial na democratização do acesso ao esporte de alto rendimento permitindo que atletas de modalidades menos populares, que muitas vezes não atraem patrocínios, possam continuar competindo em alto nível.
No entanto, a redução no tamanho da delegação brasileira para os Jogos de Paris 2024 é um reflexo de dificuldades, especialmente em modalidades coletivas como o basquete e o voleibol. Esse declínio aponta para a necessidade de uma gestão mais antenada e focada no fortalecimento dessas modalidades.
A gestão do esporte no Brasil precisa evoluir para acompanhar as novas demandas dos atletas e as realidades econômicas do país. Investir no esporte é investir no futuro.
O esporte é uma ferramenta poderosa de promoção da saúde, da educação e da inclusão social. A gestão eficiente e a continuidade dessas iniciativas são fundamentais para transformá-lo em um promotor de desenvolvimento social e econômico.
Por fim, o sucesso do Bolsa Atleta ao longo das últimas duas décadas demonstra que, com uma gestão inteligente e uma visão estratégica de longo prazo, é possível transformar o esporte em um pilar de progresso e orgulho nacional.
*Artigo escrito por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão do IBEF-ES; e Alessandro Coutinho, pró-reitor de Pesquisa, pós-graduação e extensão na Universidade Vila Velha (UVV) e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão do IBEF-ES
*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.