Economia

Empoderamento econômico por meio da economia inclusiva

É imprescindível abordar a inclusão pelas lentes da educação, utilizando-a como uma ferramenta para viabilizar e desenvolver um ambiente rico de oportunidades.

Foto: Freepik

*Artigo escrito por Pedro Henrique Mariano, MBA em Controladoria e Finanças, consultor e executivo de Controladoria, Planejamento, Finanças, Orçamento, Resultado e Processos e Coordenador do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

A integração de indivíduos na sociedade pode se manifestar através de várias formas de inclusão: social, educacional, mercado de trabalho, digital, cultural, política, financeira, etc. 

Para cada aspecto listado é possível encontrar amplos debates sobre o grande volume de pessoas que se encontram à sua margem e, por essa razão, em grande medida são limitadas pelas falhas do poder público em garantir condições ideais para que cada cidadão se desenvolva economicamente.

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De modo geral, a inclusão está fortemente relacionada com as oportunidades oferecidas. Então, em um mundo majoritariamente capitalista, como empoderar homens e mulheres para que melhorem de vida? 

A economia inclusiva é uma possível resposta para a construção de um cenário sustentável e convergente com a pauta ”Ambiental, Social e Governança” (Environmental, Social and Governance).

A ONU (Organização das Nações Unidas) determinou, em assembleia realizada em 2015, 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) para a Agenda 2030, conforme os principais desafios enfrentados pelas pessoas em todo o mundo. 

Os objetivos “Erradicação da pobreza”, “Redução das desigualdades” e “Cidades e comunidades sustentáveis” são direta e positivamente impactados pela inclusão de pessoas no protagonismo econômico da sociedade.

Foto: Divulgação/ ONU

Empreendedorismo como ferramenta de inclusão

Incentivos do governo nas esferas nacional, estadual e municipal são importantes apoios para que o trabalhador que empreende tenha acesso a crédito, ensino sobre finanças e gestão, e consiga estruturar seu negócio buscando um crescimento sólido e sustentável.

Uma das principais instituições apoiadoras da cultura empreendedora é o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que se propõe a oferecer uma grande diversidade de conteúdo de apoio, cursos e capacitações e consultorias em gestão de negócios. 

No site do Sebrae estão disponíveis esses serviços aos empreendedores interessados, como exemplificado a seguir:

Foto: Divulgação/Sebrae

Outro recurso disponível para microempreendedores formais e informais é o microcrédito, o qual tem o grande propósito de oferecer recursos financeiros a pessoas físicas e jurídicas com negócios de pequeno porte.

Nesse sentido, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) possui alguns produtos como capital de giro, investimentos para obras civis, aquisição de máquinas e equipamentos novos ou usados, e compra de insumos e materiais.

Além do empreendedorismo, o mercado de trabalho

O mercado de trabalho, que tem o propósito de estabelecer as relações entre as empresas e instituições com os profissionais, lida com situações em que há oferta de vagas de emprego sem que haja candidatos devidamente qualificados para ocupá-las. 

Porém, tendo o Brasil mais de 200 milhões de habitantes, há grandes desafios enfrentados durante a infância e a juventude na formação do cidadão que dificultam ao mesmo o acesso às oportunidades disponíveis.

Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com apoio da gestora de previdência do Banco do Brasil, estima-se que, em 2040, o número de pessoas de 60 anos ou mais no Brasil será de 57 milhões. 

Em complemento, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, em 2040, 57% da força de trabalho constituída por profissionais acima de 45 anos. Essa mudança do mercado se apresenta como um desafio extra de adaptação às novas tecnologias tanto por parte das empresas, quanto dos profissionais.

Christopher Pissarides, economista vencedor do Prêmio Nobel e professor da London School of Economics especializado em estudos relacionados ao mercado de trabalho, discute os rápidos avanços na tecnologia através da capacidade de adaptação às ferramentas baseadas em inteligência artificial.

No aspecto da qualificação, a análise do professor Pissarides, nomeada “Futuro do trabalho e do bem-estar”, aborda aspectos de habilidades e resiliência requeridos por parte dos trabalhadores: “À medida que os requisitos de habilidades mudam, os trabalhadores são obrigados a aprender habilidades novas e de nível superior.”

Desenvolver o capital humano implica em colocar a educação no topo das prioridades, com investimentos estruturados e massivos. Essa é uma forma de tratar, na origem, outros temas relevantes, como a saúde, segurança, empregos, meio ambiente, infraestrutura e economia.

É imprescindível abordar o tema da inclusão pelas lentes da educação, utilizando-a como uma ferramenta para viabilizar e desenvolver um ambiente rico de oportunidades. 

Uma população melhor instruída é capaz de elevar o seu nível de consciência social, favorecendo sua economia de forma sustentável e inclusiva.