*Artigo escrito por Evandro Milet, consultor e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo em Inovação e Tecnologia do IBEF-ES.
Nos tempos modernos, em que o cenário empresarial está em rápida evolução, a inovação emerge não apenas como uma opção, mas como uma necessidade vital. Empresas que prosperam são as que incorporam a inovação em seu DNA, muitas vezes rompendo padrões e reinventando-se.
No entanto, questionamentos surgem frequentemente: a inovação é um talento inato ou uma habilidade que pode ser adquirida? O que os líderes de sucesso fazem para inovar?
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No clássico “DNA do inovador” (título original: “The Innovator’s DNA”), e Clayton Christensen, Jeff Dyer e Hal Gregersen, conclui-se que a capacidade de inovação, em líderes empresariais de renome, muitas vezes não está atrelada apenas ao talento, mas um conjunto de competências.
Empreendedores emblemáticos, como Steve Jobs (Apple), Jeff Bezos (Amazon) e Larry Page (Google), possuíam cinco competências ou habilidades compartilhadas que distinguem os inovadores.
Associar: esta é a capacidade de fazer conexões entre perguntas, problemas ou ideias de diferentes campos. É sobre ver padrões em que outros não veem e fazer conexões entre áreas aparentemente não relacionadas.
Esta interligação entre campos diferentes, como observado no “Efeito Médici” do Renascimento, é um caldeirão para ideias revolucionárias e mostra como indivíduos, equipes e empresas podem desenvolver ideias inovadoras da intersecção de várias áreas do conhecimento e culturas diferentes. No entanto, a inovação não se baseia apenas na associação, mas em um leque de competências interligadas:
Questionar: os inovadores são curiosos por natureza. Esta curiosidade insaciável é uma marca registrada e estão sempre se perguntando “por que”, “como” e “por que não”.
Observar: inovadores são observadores atentos, notam pequenos detalhes em seu ambiente, o que pode levar a novas ideias ou percepções. Esta observação aguçada permite que os inovadores identifiquem oportunidades nas situações mais inusitadas.
Quem poderia pensar que uma visita de Steve Jobs a um laboratório da Xerox levaria a uma revolução na informática pessoal? Ou que a indústria de carnes inspiraria Henry Ford na criação de sua linha de montagem?
Networking: ao contrário da noção comum de networking como uma forma de avançar na carreira, os inovadores usam essa habilidade para expandir seu universo de ideias, ao conversar com pessoas de diferentes origens e indústrias.
O “Networking” de hoje vai além de simples conexões profissionais, é o intercâmbio de ideias com pessoas de diferentes culturas, setores e experiências. Eventos como as conferências TED demonstram a riqueza que surge da diversidade de pensamentos.
Experimentar: os inovadores não têm medo de tentar e os erros não são falhas, mas sim aprendizados. Um processo contínuo de tentativa e erro, sempre na busca da próxima grande ideia e experimentando para aprender.
No entanto, embora algumas pessoas possam ser naturalmente mais inclinadas à inovação, essas competências podem ser desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo.
Os inovadores constituem o núcleo da capacidade de competir de qualquer empresa, ou mesmo de qualquer país. Se você deseja ser um líder diferenciado e prosperar neste novo mundo, é muito importante abraçar a inovação e cultivar as competências que a alimentam.
