*Artigo escrito por Pedro Henrique Mariano, MBA em Controladoria e Finanças, consultor e executivo de Controladoria, Planejamento, Finanças, Orçamento, Resultado e Processos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.
Além de vender produtos ou prestar serviços, as empresas precisam, mais do que nunca, proteger as informações geradas e coletadas, a fim de evitar prejuízos econômicos incalculáveis para o caixa e a imagem. Qual é o ativo mais valioso da empresa hoje? Se a resposta não for os dados, é importante entender que há riscos para os quais deve-se estar preparado.
Tão importantes quanto os produtos, serviços, colaboradores e clientes, os dados são imprescindíveis aos negócios.
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Não se trata apenas de uma lista de contatos ou algo desse tipo, mas de informações estratégicas para a operação das empresas, como os dados bancários já que atualmente grande parte das transações financeiras é realizada em ambiente on-line.
Qual o prejuízo de dados bancários serem alvo de alguma fraude? Ou ainda, e se fossem, além dos dados bancários, os de clientes, colaboradores e demais empresas e pessoas com as quais existe relacionamento? Segurança é primordial para garantir um ambiente livre de ameaças digitais, que acometem hoje as empresas brasileiras.
Aliados necessários
Sistemas, softwares e aplicativos precisam ser aliados importantes nessa trincheira contra os ciberataques. Mas também é necessário contar com pessoas de extrema confiança, capacitadas e comprometidas com a segurança das informações.
Internamente ou terceirizado, cada setor da empresa precisa ser profissional e técnico, tanto para gerar resultado financeiro quanto para garantir que dados não sejam vazados, dando origem a possíveis fraudes.
Os prejuízos dessa natureza extrapolam a esfera econômica. Fraudes por falta de segurança das informações não causam apenas perdas financeiras, mas também podem promover danos irreparáveis à reputação da marca, colocando em risco até mesmo sua permanência no mercado.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em divulgação de levantamento da empresa de soluções de cibersegurança Fortinet, apontou que em 2022 o Brasil sofreu mais de 100 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, em segundo lugar no ranking da América Latina.
Com o tema “A bioeconomia e as oportunidades em uma sociedade digital”, a 33ª edição da conferência Febraban-Tech destacou o debate sobre cibersegurança.
A Karspersk, empresa que oferece soluções corporativas para cibersegurança, disponibiliza um mapa com informações em tempo real referentes a ameaças cibernéticas por todo o mundo.
Em uma sociedade globalmente conectada através da tecnologia, a corrida pelo combate aos ataques que ocorrem nos ambientes digitais das corporações é constante.
Fonte: site Kaspersky Lab
Desafio de garantir a segurança
Garantir a segurança dos dados passa por alguns princípios básicos, como: confidencialidade, integridade e disponibilidade. Dessa forma, algumas práticas podem ser essenciais em apoiar a governança corporativa na luta por proteger as empresas dessas ameaças.
Por exemplo, a digitalização de seus documentos, substituindo as pilhas de documentação impressa e que podem facilmente circular sem controle.
Digitalizadas as informações, é possível armazená-las na nuvem em ambientes adequados, podendo ser mais seguro do que utilizar mídias móveis, como pendrives.
Ainda, a criação de uma forte política de senhas para os funcionários ou terceirizados que trabalham diretamente com as informações de sua empresa também é primordial, assim como treinar a equipe sobre segurança de dados.
Por exemplo, não adianta a porta blindada de um cofre se uma pessoa mal-intencionada souber a senha para abri-la. Nesse sentido, o uso de aplicativos de segurança se faz necessário, contando com uma equipe de tecnologia da informação antenada e competente.
O Brasil, com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD – Lei nº 13.709) que entrou em vigor no ano de 2020, entrou para o grupo de países que possuem legislação específica para proteger o cidadão.
Os principais objetivos da LGPD passam por assegurar o direito à privacidade e à proteção de informações pessoais, com o estabelecimento de regras claras sobre o tratamento de dados.
Em 2023, a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), diante de indícios de infração e não atendimento de determinações de fiscalização, aplicou a primeira multa por descumprimento à LGPD, demonstrando a seriedade com que as empresas devem buscar se adequar às práticas da Lei para uma boa gestão dos dados.
A segurança dos dados é desafiadora e estratégica, e, para ser garantida, exige parceria e empenho dos funcionários e prestadores de serviço das empresas, aliados às ferramentas e tecnologias especializadas.
Porém, é a conscientização e a construção de uma cultura forte sobre a proteção de dados, nesse caso, que em grande medida vão determinar se o ambiente corporativo se tornará cada vez mais seguro ou não.