Economia

Questão de mentalidade: que diferença você faz na crise?

Não se sabe quanto tempo exatamente podem durar os tempos difíceis e, por isso, pode chegar o momento em que o mercado precisa reequilibrar as contas

Foto: Freepik

*Artigo escrito por Pedro Henrique Mariano, MBA em Controladoria e Finanças, consultor e executivo de Controladoria, Planejamento, Finanças, Orçamento, Resultado e Processos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

Em 2020, foi vivida uma crise de saúde pública em escala global causada pelo coronavírus (covid-19), gerando impacto direto na vida das pessoas e na rotina diária das empresas. 

Dado o cenário, preservar a vida se torna a maior prioridade de todas. Medidas rápidas são adotadas por governos e órgãos responsáveis pelo controle e combate à pandemia.

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Empresas precisam se adaptar. Pessoas devem ser responsáveis pela saúde coletiva fazendo sua parte. Enquanto na economia, o mercado se enche de incertezas e, segundo especialistas, em alguns aspectos pode-se afirmar ter se tratado de uma crise pior do que a enfrentada em 2008.

Qual contribuição individual real, pessoal e profissionalmente, para superar uma crise?

Na vida pessoal, ninguém sabe melhor o que fazer do que a própria pessoa. Já na vida profissional, por exemplo, o home office é implementado em larga escala, e ferramentas para apoiar a comunicação e tarefas diárias dos colaboradores são exploradas.

Porém, há uma visão que vai além do trivial e pode contribuir.

Mude a mentalidade forte, exercite o “olhar de dono” e tenha uma preocupação verdadeira com o resultado da empresa. Mesmo que se cumpram as tarefas do dia a dia, as vendas podem cair, o dinheiro em caixa reduzir e o resultado ser negativamente impactado.

Não se sabe quanto tempo exatamente podem durar os tempos difíceis e, por isso, pode chegar o momento em que o mercado precisa reequilibrar as contas para sobreviver. 

Significa que as empresas e os empregos estarão sujeitos a instabilidade e risco mais altos. Quando esse momento chega, é beneficiada aquela pessoa ou empresa que estiver alimentando uma cultura e mentalidade direcionadas para o resultado.

Enxergar o todo, o coletivo, o panorama geral

A função de um profissional de Controladoria pode avaliar que informações, análises e planos de ações para otimização do resultado perdem, significativamente, a sua força quando os envolvidos não conhecem ou desrespeitam a cultura de valorizar as pessoas na mesma medida em que valorizam o resultado. Essa responsabilidade é tanto do dono quanto de todos os demais empregados.

Não se deve ficar preso somente às tarefas do dia a dia. Deve-se ir além. Isso não depende do cargo que se ocupa. 

Por exemplo: a despesa do aluguel é responsabilidade do setor administrativo, porém tanto a própria área como o proprietário e todos os demais envolvidos podem considerar a possibilidade de negociar alguns meses de aluguel enquanto durar a crise, caso o faturamento seja reduzido e as pessoas estejam trabalhando de suas casas.

No ambiente da empresa, os gestores e colegas de trabalho saberão distinguir quem consegue fazer de verdade a diferença. É possível não somente gerar resultado, mas também valor. 

Sem dúvida, essa postura é atribuída a uma lista reduzida de profissionais que não somente respeitam e são comprometidos com seu emprego, mas vão além e se preocupam com o futuro da empresa e emprego dos demais.

Superar uma crise consiste em 3 grandes passos:

1. Manter a calma, para saber o que fazer;
2. Resistir à turbulência, para fazer o que se sabe;
3. Aprender lições, para se tornar mais forte e preparado para o futuro.

Toda crise passa! Por mais irreparáveis que possam ser as perdas de bens materiais e, principalmente, de vidas insubstituíveis, a crise passa. 

Portanto, deve-se expandir o campo de visão e pensar no coletivo da vida profissional, assim como certamente no coletivo da vida pessoal.