*Artigo escrito por Gil Andriani, CEO, fundador da IaCrypto e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Inovação e Tecnologia de 2024 do IBEF-ES.
O Banco Central do Brasil deu mais um passo importante na implementação do Drex, o Real Digital, que busca modernizar nosso sistema financeiro.
A fase dois, regulada pela Resolução BCB nº 423, detalha as regras para o lançamento oficial e a estrutura de funcionamento dessa nova moeda digital, que promete facilitar o uso de dinheiro eletrônico no dia a dia.
Mas o que isso significa para nós, cidadãos comuns? Essencialmente, o Drex será uma versão digital do real, com a mesma confiança e a segurança que temos nas cédulas de papel.
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Diferente de criptomoedas como o Bitcoin, o Drex será emitido e garantido pelo Banco Central, funcionando dentro do nosso sistema financeiro tradicional.
Como o Drex funcionará?
O Drex será integrado ao sistema bancário que já usamos, permitindo pagamentos e transações de forma mais rápida, barata e acessível.
Na prática, você poderá realizar pagamentos instantâneos ou enviar dinheiro para outras pessoas com a mesma facilidade do Pix, mas com mais segurança e menos custos para quem usa.
O que muda na Fase Dois?
A fase dois do Drex envolve a criação de uma infraestrutura mais robusta, com a qual bancos e instituições financeiras poderão testar como o Drex será usado em larga escala. Isso porque o Banco Central está focado em garantir que o Drex seja seguro contra fraudes e ataques cibernéticos, e ao mesmo tempo, fácil de usar.
Além disso, o edital aborda como as instituições financeiras vão gerenciar o Drex. Diferente de carteiras digitais de hoje, como as de criptomoedas, os bancos serão responsáveis por administrar os saldos em Drex, assegurando que o sistema siga as regras de segurança e transparência que já conhecemos no sistema bancário.
DatasChaves e Cronograma
A fase dois do Drex inclui um cronograma detalhado com marcos importantes para o desenvolvimento e lançamento da moeda digital.
Alguns pontos importantes incluem:
- Novembro de 2024: Início dos testes em ambientes controlados (sandbox), onde um grupo limitado de instituições financeiras começará a testar a funcionalidade do Drex com clientes reais.
- Março de 2025: Expansão dos testes para um público mais amplo, permitindo que mais instituições e usuários participem do processo, assegurando que o sistema possa suportar grandes volumes de transações.
- Agosto de 2025: Fase final de ajustes e melhorias, com base no feedback dos testes anteriores. Essa fase incluirá simulações de cenários mais complexos para garantir que o Drex possa ser usado em grande escala, sem problemas técnicos.
- Dezembro de 2025: Lançamento oficial do Drex para o público em geral. Nessa fase, qualquer cidadão poderá usar o Real Digital para pagamentos e transferências, integrados aos bancos e instituições financeiras já conhecidas.
O que isso significa para você?
Quando o Drex estiver em operação total, será mais fácil fazer pagamentos sem depender de intermediários, como operadoras de cartão de crédito.
Isso significa que você poderá pagar diretamente do seu saldo em Drex, sem taxas adicionais, e com a segurança de que seu dinheiro está protegido pelo Banco Central.
A fase dois do Drex é um passo crucial para a modernização da nossa economia. Ela traz a promessa de um sistema financeiro mais eficiente, com menos barreiras e custos, beneficiando desde pequenas transações diárias até grandes operações financeiras.
O Drex está sendo projetado para incluir toda a população, promovendo uma maior inclusão financeira. No futuro, ele pode reduzir a necessidade de dinheiro físico, facilitando nossa vida digitalmente, sem afetar a segurança e a acessibilidade.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.