Economia

Gestão financeira como estratégia de sustentabilidade empresarial

Analisar o aspecto financeiro como uma árvore, sabendo que se deseja mudar os frutos que estão sendo colhidos, é primordial verificar as raízes

Foto: Freepik

*Artigo escrito por Sara Maiza Pinheiro de Oliveira – Educadora, Consultora Financeira e Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Finanças do IBEF-ES.

A gestão financeira é um pilar primordial no sucesso de um negócio, com o avanço tecnológico e o impacto das novas gerações, torna-se cada vez mais presente o empreendedorismo e a necessidade de desenvolver novas habilidades.

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Os índices de endividamento têm sido um fator relevante, que impacta diretamente na qualidade de vida da população, bem como o alto índice de mortalidade empresarial, ambos acima de 60%. 

No entanto, torna-se cada vez mais primordial, olharmos para a gestão financeira em um aspecto mais amplo, considerando finanças 360° e os fatores socioeconômicos que compõem o cenário.

Ao realizar uma consultoria financeira, é importante entender o modelo mental do dono do negócio, compreender suas crenças relacionadas a dinheiro, aprofundando no âmbito de finanças comportamentais.

Analisar o aspecto financeiro como uma árvore, sabendo que se deseja mudar os frutos que estão sendo colhidos, é primordial verificar as raízes.

As raízes são todas as heranças emocionais relacionadas ao dinheiro, sendo elas, crenças, sabotadores, vazios emocionais, vícios de consumo e o ego. Compreender mais a fundo cada aspecto.

As crenças são tudo que acreditamos relacionado a dinheiro, tudo que vimos ouvimos e sentido na infância, padrões dos nossos pais ou criadores. 

Os sabotadores são comportamentos sutis que nos direcionam nas tomadas de decisões, como por exemplo, o sabotador prestativo, que é aquela pessoa que vai emprestar dinheiro, ou aquele líder que fica fornecendo vale aos funcionários, sem analisar o fluxo de caixa.

Os vazios emocionais, são as nossas feridas, rejeição, abandono, humilhação, injustiça e traição. 

Ou seja, vamos compensar o que nos faltou no dinheiro e com isso gerar o vício de consumo, que pode ser comida, bens materiais, jogos, entre outros. 

Por último o ego, no auge da sociedade capitalista e com o advento das redes sociais, o nível de comparação exagerado torna a sociedade cada vez mais consumista e sustentando um “status”, por vezes desnecessário.

Após tomarmos consciência das raízes financeiras, vamos para o caule da árvore, que é a gestão financeira, podendo ser ela pessoal e familiar ou empresarial. 

Nesse item avaliamos a organização das entradas e saídas, fluxo de caixa, e para as empresas o processo financeiro como um todo. 

E por último, avaliamos as folhas e frutos da árvore, que são a visão de longo prazo, investimentos e planejamento.

Com base nesse olhar mais sistêmico sobre as finanças, compreendendo todo o contexto que tange o indivíduo inserido nesse processo, ampliamos a consciência financeira, construindo um novo estilo de vida, com tomadas de decisões baseadas na autenticidade e no bem estar coletivo, considerando que estarão mais alinhadas ao padrão de vida, reduzindo o consumo excessivo e o endividamento.

*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo