*Artigo escrito por Diana Mantovani, formada em Direito na Faculdade de Direito de Vitória (FDV), fundadora da Diluz – empresa especializada em registro de marcas, assessora na área de Capital (Valuation e M&A) na eMEG e Diretora Financeira no IBEF Academy 2024.
Toda empresa busca dominar o mercado, almejando ter o monopólio.
É possível referir-se a monopólios que surgem por meio de:
1) eliminação desonesta dos rivais,
2) obtenção de uma licença do Estado e
3) abertura de caminho até o topo por meio de inovação.
A última opção é a que interessa, pois é aquele monopólio em que demonstra que a empresa é tão boa no que faz que nenhuma outra consegue oferecer um substituto próximo, pelo menos por um tempo.
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E não há problema algum almejar o monopólio – e ter o monopólio –, desde que seja em uma economia livre.
Os negócios mais bem-sucedidos são aqueles que são monopólios, pois se trata de algo que nenhuma empresa faz e que é feito melhor do que qualquer outra.
Peter Thiel, em seu livro “De Zero a Um”, traz o pensamento de que “o progresso vem do monopólio, não da competição”.
Isso porque, ao ser um monopólio, a empresa tem mais poder, com a possibilidade, por exemplo, de ter um preço bem alto, e mesmo assim existirem muitos interessados em adquirir aquele serviço ou produto – consequência válida decorrente do fato de que os consumidores desejam aquilo, enquanto apenas o monopolista o oferece. Segundo a obra citada acima:
O oposto da concorrência perfeita é o monopólio. Enquanto uma empresa competitiva precisa vender ao preço de mercado, um monopólio possui seu mercado, podendo assim fixar seus próprios preços. Como não tem concorrência, produz na combinação de quantidade e preço que maximize seus lucros.
Nesse contexto, o fato de criar novos mercados e desbravar o “oceano azul” é o grande precursor do sucesso, ao contrário da competição – “oceano vermelho”, que apenas tenta melhorar aquilo que já existe, com regras competitivas do jogo já definidas e conhecidas.
Essas empresas que desbravam o oceano azul alcançaram uma inovação de valor, que interessa e é benéfico para todos os envolvidos na relação – aos empresários (que possuem maior potencial de lucro) e aos consumidores (que veem valor e utilização naquilo que está sendo oferecido). Isso se dá porque, em sintonia com o livro “A estratégia do oceano azul”, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne:
A inovação de valor ocorre na área em que as ações da empresa afetam favoravelmente sua estrutura de custos e sua proposição de valor para os compradores. Obtêm-se economias de custo mediante a eliminação e a redução dos atributos da competição setorial. Aumenta-se o valor para os compradores ampliando-se e criando-se atributos nunca oferecidos pelo setor.
Portanto, é saudável empresas que almejam o monopólio. Essa ambição carrega a possibilidade de altíssima lucratividade, e isso motiva os empresários a investirem seu tempo, seu dinheiro e sua energia para obterem o melhor do que vendem.
A possibilidade de monopólio incentiva a qualidade. São motores poderosos para tornar a sociedade cada vez melhor, por meio do progresso, da inovação e da utilidade.
E repita-se, não há problema algum na existência de monopólios, desde que sejam em uma economia livre.
Tendo em vista que o mundo é dinâmico, a possibilidade de lucros altos também atrai outros investidores, que são livres para empreender e criar uma empresa concorrente da monopolista.
E com a concorrência, abre-se o processo de cada vez mais as empresas tentarem agradar o consumidor, seja pelo menor preço, seja pela melhor qualidade, ou até por ambos os aspectos.
Neste teor, com a nova concorrência, interessada nos potenciais lucros, o monopólio pode deixar de existir, ou não, caso os concorrentes não agradarem o consumidor – afinal, no capitalismo, tem-se a soberania do consumidor e é ele quem decide que fornecedor mais o satisfaz.
Por fim, ressalta-se que o monopólio é a condição de todo negócio bem-sucedido, e ele existe porque gera valor a quem o desfruta.
E com o livre mercado, tem-se a possibilidade constante de mudança dos cenários do mercado, desde que surjam concorrentes dispostos a oferecerem o mesmo, e melhor ao consumidor.