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MotoGP mudou de dono: veja quem está por trás

Após a compra da Fórmula 1, a Liberty vendeu parte de suas ações para financiar a compra de 86% das ações da empresa proprietária da MotoGP

Foto: MotoGP/Divulgação
Foto: MotoGP/Divulgação

*Artigo escrito por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão de 2024 do Ibef-ES.

Fundada em 1991, por John Carl Malone, a Liberty Media Corporation, empresa americana de mídia, entretenimento e comunicações, é o império esportivo mais valioso do planeta, segundo a revista Forbes.

A Liberty, além da Fórmula 1, controla a Sirius XM, empresa que fornece radiodifusão, via satélite, à Live Nation, maior produtora de shows e eventos do mundo, e o Atlanta Braves, equipe de baseball dos Estados Unidos que compete na Major League Baseball (MLB).

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Com mais de 7 mil funcionários, a empresa está avaliada em US$ 17 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) e com faturamento, nos últimos 12 meses, de US$ 3,69 bilhões (aproximadamente R$ 20 bilhões) correspondendo a um lucro líquido de mais de R$ 1,5 bilhão.

MotoGP

Após efetuar a compra da Fórmula 1, um negócio de R$ 23 bilhões, a Liberty vendeu parte de suas ações, estimada em US$ 825 milhões (cerca de R$ 4,6 bilhões), para financiar a compra de 86% das ações da Dorna Sports, empresa espanhola proprietária da MotoGP desde 1992, por 4,2 bilhões de euros (aproximadamente R$ 24 bilhões).

O sucesso na administração da Fórmula 1 e o modo arrojado de fazer gestão, deram credibilidade à Liberty para adquirir parte da MotoGP.

Essa credibilidade se refletiu entre os pilotos famosos, como o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, que manifestou interesse em adquirir, no futuro, uma equipe para participar do mundial de motovelocidade.

Segundo Greg Maffei, presidente e CEO da Liberty, não há intenção, no momento, de implementar mudanças radicais na categoria master do motociclismo mundial, como fez na Fórmula 1, mas sim, implementar algumas melhorias.

Mudanças

É certo que sendo uma empresa de entretenimento, as maiores mudanças ficarão por conta de alterações nas mídias sociais.

Com isso, a MotoGP deve ser “mais digital”, como ocorreu com a Fórmula 1, quando lançou a série Drive to Survive, em parceria com a Netflix, que alcançou enorme sucesso entre os entusiastas do esporte.

A introdução de provas em novos países que ainda estão descobrindo o mundo das corridas de moto, especialmente no Oriente Médio e Ásia, também faz parte dos planos da Liberty, quem sabe no horário noturno, como já é realizado na Fórmula 1.

Enfim, esse é um esporte que atrai cada vez mais público em todas as partes do mundo. Para se ter uma ideia, o último GP da França, realizado esse ano no autódromo de Le Mans, contou com a presença de quase 300.000 pessoas, confirmando integralmente o que disse Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna Sports:

“Le Mans é lendário, e com razão. O incrível rugido da multidão é uma das puras expressões de paixão pelo desporto no mundo, e é um privilégio ouvi-lo”.

Espera-se, com isso, que o Brasil volte a ter uma etapa em seu calendário, após 20 anos de ausência, quando realizou sua última corrida, no extinto autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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