
*Artigo escrito por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão de 2024 do Ibef-ES.
O City Football Group (CFG), ou simplesmente Grupo City, foi fundado em 2013 pelo Abu Dhabi United Group, empresa árabe de capital fechado, de propriedade do sheik Mansour bin Zayed Al Nahyam, membro da família real de Abu Dhabi e ministro dos Assuntos Presidenciais para os Emirados Árabes Unidos.
Dono de uma fortuna de US$ 17 bilhões (aproximadamente R$ 100 bilhões), oriunda principalmente da exploração petrolífera – Abu Dhabi detém 90% do petróleo da região.
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O sheik Mansour, além das indústrias de óleo e gás, possui investimentos em holdings do ramo imobiliário, de energia, de tecnologia e de esportes.
No campo esportivo, o CFG mantém o foco na gestão integrada de clubes de futebol sendo o Manchester City, adquirido em 2008, o carro-chefe do Grupo City.
Assim, o clube inglês funciona como “garoto propaganda” e principal veículo de mídia, como pode ser verificado quando do lançamento da série “All or Nothing: Manchester City”, lançada originalmente pela Amazon, em 2018, em 8 episódios que, não só mostra os bastidores da vitória do time inglês na Premier League, durante a temporada 2017–2018, como também busca, em diversos momentos, promover a imagem dos Emirados Árabes Unidos.
Ampliação do Grupo City
Com pouco mais de uma década de existência, o Grupo City tem procurado ampliar sua participação em diferentes continentes.
Na América do Sul, o Club Bolívar, da Bolívia, tradicional equipe participante da Copa Libertadores da América, é, desde 2021, um parceiro do City Football Group.
O dono do clube continua sendo o empresário Marcelo Claure, que já comandou o fundo do SoftBank, mas que por meio dessa parceria, possui o direito de usar toda a expertise do City para desenvolver o seu time.
O segundo clube da América do Sul com investimentos do CFG é o Esporte Clube Bahia. Em maio de 2023, foram vendidos 90% da SAF do clube baiano, o suficiente para reduzir a dívida de R$ 300 milhões para pouco mais de R$ 68 milhões, que serão quitados no futuro.
Segundo o jornalista Jorge Nicola, um dos mais influentes comentaristas esportivos do Brasil, antes do Esporte Clube Bahia, clubes brasileiros como Vasco, Botafogo, Atlético MG, América MG, Athlético PR, Londrina, Ferroviária, Oeste, Novorizontino, e Botafogo de Ribeirão Preto foram alvo do bilionário grupo árabe, mas as negociações não evoluíram.
Além do Manchester City e do Bahia, atualmente o Grupo City é o proprietário de clubes na França, Espanha, Itália, Bélgica, Japão, China, Índia, Estados Unidos, Austrália e Turquia.
Enfim, pode-se afirmar que o projeto do Grupo City já se solidificou como um caso de sucesso, embora muitos assegurem que se trata de mais um dos casos de “sportswashing”, ou seja, o uso do esporte como forma de melhorar a imagem pública de uma pessoa, grupo ou Estado, desviando a atenção de questões controversas e negativas.
Os que defendem essa opinião se baseiam na conclusão de uma investigação que durou quatro anos em que o Manchester City, clube mais famoso do Grupo, é acusado de ter violado mais de 100 vezes as regras da Premier League durante quase uma década.
A dúvida está no ar! Façam as suas apostas!
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.