Artigo Ibef-ES

O grupo LVMH investindo também nos esportes

Nas Olimpíadas de Paris 2024, o grupo investiu cerca de R$ 908 milhões no design e na fabricação das medalhas de ouro, prata e bronze

Em 2025, a holding será um dos patrocinadores da Fórmula 1. Foto: Twitter/Fórmula 1.
Em 2025, a holding será um dos patrocinadores da Fórmula 1. Foto: Twitter/Fórmula 1.

*Artigo escrito por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão de 2024 do Ibef-ES.

Quando a holding francesa LVMH Moët Hennessy foi anunciada como a nova patrocinadora da Fórmula 1, a partir de 2025, para quem não acompanha o mundo dos esportes de perto parecia ser mais um daqueles patrocínios que lançam um produto, mas tempos depois desaparecem da mídia.

Na verdade, a holding formada pelas fusões dos grupos Moët et Chandon e Hennessy e, posteriormente do grupo resultante com a Louis Vuitton, investe em diferentes modalidades esportivas desde 1987, ano de sua fundação.

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Nas Olimpíadas de Paris 2024, o grupo investiu € 150 milhões (cerca de R$ 908 milhões) no design e na fabricação das medalhas de ouro, prata e bronze desenvolvidas pela joalheria Chaumet.

Anteriormente, na Copa do Mundo de Futebol realizada no Qatar, em 2022, a LVMH foi a responsável por criar as cases especiais para os troféus do torneio. No tênis, associou-se a grandes campanhas com tenistas renomados, como Rafael Nadal e Roger Federer.

Foi também responsável pela criação de troféus da National Football League (NFL) e pelo patrocínio ao jogador francês Victor Wembanyama, que atua na National Basketball Association (NBA) pela equipe do San Antonio Spurs.

Investimento na moda

O CEO do grupo LVMH, Bernard Arnault, é tido como visionário e conhecido como “exterminador do futuro” por suas ações arrojadas, desde quando revitalizou a alta costura francesa.

Arnault é dono de um império da moda, perfumaria e cosméticos, além de outros negócios no mercado de bens de luxo. Está no comando do conglomerado de artigos de luxo que reúne 75 marcas como a Louis Vuitton, Dior, Givenchy, Tiffani & Co, Sephora, Bulgari, TAG Heuer, Moëty Chandon, Dom Pérignon, entre outras.

A holding de Arnault, Agache, apoia a Aglaé Ventures, empresa de capital de risco que tem investimentos em marcas como Netflix e ByteDanc, dona do TikTok.

De acordo com dados fornecidos à Consumer News and Business Channel (CNBC), com exclusividade pela Fintrx, plataforma que monitora riqueza privada, a Aglaé realizou cinco investimentos relacionados à Inteligência Artificial (IA) em 2024, totalizando algo em torno de US$300 milhões.

A LVMH é a 27ª maior companhia do mundo em capitalização de mercado, segundo ranking divulgado pela PrincewaterhouseCoopers, encerrando o ano de 2023 com um faturamento recorde de €86,15 bilhões, 9% acima do registrado no ano anterior. Porém, os últimos meses não têm sido fáceis para a LVMH.

O grupo francês registrou, no primeiro semestre de 2024, queda de 15% nas receitas, fato idêntico ao verificado no conglomerado francês Kering, dono das marcas Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent, cujos papéis despencaram 41% no mesmo período.

Mas parece que o bilionário francês não está nem um pouco preocupado, já que há poucos meses investiu numa pequena parcela do grupo Richemont, dona da marca de joalheria Cartier.

Para quem tem uma fortuna avaliada em US$181,6 bilhões, segundo a revista Forbes, sendo considerado um dos cinco homens mais ricos do mundo, parece que suas noites de sono continuam inabaláveis.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.