*Artigo escrito por Lucas de Souza do Rosário, wealth planner, especialista em investimentos, mercado financeiro, planejamento financeiro, assessor de alta performance e associado do Ibef-ES.
Quando falamos em investimentos, muitos pensam em ativos de alto risco, visando ganhos rápidos. No entanto, antes de qualquer passo no mundo dos investimentos, existe uma etapa fundamental e inegociável para garantir segurança financeira: a construção de uma reserva de emergência.
Esse montante é indispensável, pois cobre despesas imprevistas, como perda de renda, problemas de saúde ou reparos urgentes.
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Sem ele, até mesmo um pequeno contratempo pode desencadear um ciclo de dívidas que compromete o orçamento familiar por anos.
Reserva financeira: 7 em cada 10 brasileiros não têm
Uma pesquisa do Datafolha realizada em dezembro de 2023 revelou que quase 7 em cada 10 brasileiros não possuem uma reserva financeira, mostrando a falta de preparo para enfrentar imprevistos.
No Brasil, essa reserva é ainda mais importante devido à instabilidade econômica, à alta inflação e aos desafios no mercado de trabalho. Isso porque, quando o crédito é acessível, geralmente vem acompanhado de juros elevados, o que complica ainda mais a situação de quem precisa se endividar em emergências.
De acordo com Thiago Nigro, autor do livro “Método Financeiro do Primo Rico”, a reserva deve cobrir seis meses de despesas para quem possui emprego fixo; e doze meses para autônomos, que têm uma renda mais instável.
Alternativas para investir o dinheiro
Embora seja tentador buscar altos retornos desde o início, a reserva de emergência deve ser aplicada em investimentos de alta liquidez, segurança e baixo risco, como:
- CDBs com liquidez diária: permitem resgate a qualquer momento e que ofereçam rendimentos de pelo menos 100% do CDI, um índice de referência para investimentos conservadores;
- Tesouro Selic: um título público garantido pelo governo, que acompanha a taxa básica de juros e é uma das opções mais seguras;
- Fundos DI: fundos que aplicam em títulos públicos e privados de baixo risco, com liquidez diária.
Evite investimentos em ativos como ações e criptomoedas
Nesse sentido, é um erro grave alocar a reserva de emergência em ativos voláteis, como ações e criptomoedas, ou em investimentos sem liquidez, pois podem gerar perdas e dificultar o acesso ao dinheiro em momentos de crise.
Manter a reserva na poupança também não é ideal, devido ao baixo rendimento, que geralmente não supera a inflação, resultando em perda de poder de compra.
Outro ponto importante é atualizar periodicamente o valor da reserva conforme suas despesas aumentam.
Reserva ajuda a manter o equilíbrio financeiro
Ter uma reserva adequada traz tranquilidade, permitindo planejar investimentos mais rentáveis e de longo prazo sem preocupações, além de evitar o uso de crédito caro, mantendo o equilíbrio financeiro.
No Brasil, onde a economia é instável e o crédito é caro, ter essa reserva é essencial para proteger seu patrimônio e garantir segurança financeira.
A reserva de emergência é o primeiro e mais importante passo para alcançar a independência financeira. Ela funciona como um alicerce sólido, permitindo que você invista de forma segura e esteja preparado para lidar com qualquer imprevisto.
Se ainda não começou, o momento é agora. Este é o primeiro passo para conquistar sua independência financeira.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo