*Artigo escrito por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão do IBEF-ES.
O termo “inteligência artificial” foi usado pela primeira vez pelo professor de Stanford John McCarthy, durante uma conferência realizada em 1956, no Dartmouth College, nos Estados Unidos, quando ele disse ser necessária a criação de máquinas que pudessem exibir inteligência semelhante à humana.
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Desde então, a inteligência artificial teve um crescimento significativo, impulsionando avanços tecnológicos em diferentes áreas do conhecimento.
Nos últimos anos, ela tem se destacado como o principal fator da revolução nos esportes em todo o mundo.
Vem sendo largamente usada tanto no aperfeiçoamento dos treinamentos, como no uso de estratégias para melhorar o desempenho dos atletas e a previsão de lesões.
Como cada atleta possui suas próprias características físicas e necessidades específicas, a inteligência artificial é capaz de identificar padrões de comportamento e, com isso, otimizar seu rendimento por meio de ajustes precisos nos treinamentos.
Isso aconteceu com o jogador de basquete Stephen Curry do Golden State Warriors, terceira equipe com mais conquistas na National Basketball Association (NBA).
Entre os anos de 2013 e 2015, o treinador do time elaborou um programa de exercícios utilizando a inteligência artificial que fez com que o atleta transferisse o uso da força dos tornozelos para os quadris, aliviando as dores e evitando lesões na região.
Os atletas de alto rendimento têm seus dados biométricos, como frequência cardíaca, velocidade, força e resistência, analisados por meio da inteligência artificial, fornecendo informações precisas e relevantes na melhoria do seu desempenho.
No entanto, a maioria dos profissionais que atua no Brasil desconhece o valor de seu uso nos esportes. Além da falta de conhecimento, o calendário insano, com jogos todas as semanas, impede a sua implantação e operacionalização pelos clubes.
No futebol, a tecnologia conhecida como Video Assistant Referee (VAR) também utiliza essa ferramenta para revisar lances duvidosos, evitando erros cruciais que comprometem o espetáculo.
A inteligência artificial também contribui para melhorar o marketing esportivo e, com isso, alavancar as marcas do clube.
De acordo com estudos realizados recentemente pela empresa espanhola Telecoming, o consumo digital dos fãs de esporte no mundo atingiu US$ 58 bilhões e deve chegar aos US$ 101 bilhões em 2028, um aumento de 74%.
A venda de ingressos, que gera US$ 43 bilhões, crescerá 65%, atingindo US$ 71 bilhões no mesmo ano.
Já o fan engagement, a expressão do momento no futebol mundial, que significa a fidelização dos torcedores a partir de uma relação mais próxima entre eles e o clube, que produz atualmente US$ 15 bilhões em receitas, chegará a US$ 30 bilhões em 2028.
O uso da inteligência artificial permite uma análise de dados de todo o ecossistema que envolve os torcedores daquele clube, permitindo uma personalização de conteúdo, segmentação de audiência, maximização da publicidade e engajamento em tempo real.
*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.