Rachel Menezes Gava, engenheira, diretora da Ademi-ES
Vivemos tempos turbulentos. As palavras “instabilidade” e “incerteza” associadas a investimento, questões políticas, guerra comercial, economia desajustada no Brasil e no mundo estão sempre presentes nas falas dos analistas econômicos e nas chamadas de notícias. Temos pela frente um ano de desafios, que exigirão atenção redobrada nos investimentos e direcionamento dos negócios.
As mudanças na economia foram relevantes e impactantes no pós-pandemia. O país passou por taxa de juros em patamares históricos mínimos e a multiplicação das alternativas de investimentos para o investidor foi relevante.
Nesse cenário, o imóvel teve uma participação importante no giro da economia. As condições de aquisição eram muito favoráveis, com crédito atrativo (quando falamos em Brasil) e com boa perspectiva de valorização. Assim, o comprador buscou garantir uma moradia mais confortável, o pai buscou investir em um imóvel que garantisse ao filho boas condições de moradia no futuro, sem falar na busca por um cantinho mais tranquilo, fora das grandes cidades, que explodiu por todo o país.
Hoje, o cenário é outro e esse mercado segue ativo. Muitos já se mudaram e outros aguardam a entrega de chaves da casa nova que acontece em breve. Mas muitos outros seguem buscando o imóvel, agora também considerando outro olhar.
Sair do aluguel é o sonho de muitos brasileiros. No ano de 2024, o aumento do aluguel superou em três vezes a inflação. Quem possui casa própria fica protegido desse aumento de custos, e ainda aproveita a valorização do imóvel.
Investimento seguro
Outro olhar que ganha peso dia após dia, considerando não só o cenário Brasil, mas também as várias turbulências mundo afora, é a busca do “imóvel como investimento seguro”. Termo antigo, que não perde força. Na esfera global, tem sido observada a busca de investimentos que gerem segurança ao investidor.
Quando olhamos para o ativo real imóvel, vemos que os investidores têm buscado as mais diversas oportunidades no mercado imobiliário. Seja na aquisição de apartamentos, casas ou terrenos, seja no investimento em galpões e outros tipos de imóveis comerciais. Terreno escriturado ou imóvel construído é sinônimo de segurança. E hoje o investidor busca isso.
Por fim, é sempre importante lembrar que o imóvel também é visto por muitos brasileiros como forma de poupar recursos e de formação de patrimônio, visando renda e segurança no futuro. Nesse sentido, ter o compromisso com uma prestação e não deixar o dinheiro disponível no banco, sujeito às tentações de consumo cada vez maiores, é uma prática que funciona para muita gente.
Ou seja, esperar um pouco para trocar o carro pelo modelo mais moderno ou controlar os gastos com supérfluos nem sempre é fácil. Porém, assumir o compromisso com um investimento que vai garantir um futuro mais seguro ajuda na disciplina financeira.
Seguimos com um mercado ativo. Certamente menos movimentado do que no pós-pandemia, quando o crédito era muito atrativo e proporcionou condição facilitada de compra para muita gente. Nesse sentido, o imóvel segue gerando oportunidades de negócio e investimento para aqueles que buscam segurança, tranquilidade e bons resultados no longo prazo.
Rachel Menezes Gava é engenheira e diretora da Ademi-ES
