Um estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (13) previu que a economia brasileira começará a se recuperar lentamente em 2017. Segundo a estimativa da confederação, o Brasil só voltará a crescer no segundo semestre e o crescimento da indústria, depois de três anos em queda, terá alta de 1,3%.
Apesar do cenário traçado pela CNI para o setor, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, se diz otimista.
“Muitos ‘se’ devem ser considerados. Se o valor do dólar se mantiver na média dos R$ 3,40 pode favorecer a indústria nacional, e se a indústria do aço voltar a produzir no Estado no segundo semestre, podemos crescer além do projetado para o país”.
Para Guerra, um dos principais obstáculos ao crescimento da indústria capixaba será a falência de municípios e estados brasileiros. “Devido à recessão que assola diversas cidades a os setores que buscam o mercado nacional podem perder vendas”, explicou.
Sobre 2016, o presidente da Findes considerou “um ano ruim, com queda significativa nas indústrias do aço e da extração mineral – que apresentaram um recuo de 22%. A indústria de transformação também teve um crescimento negativo, mas ainda sim foi o terceiro melhor resultado nacional”.
Outros números da CNI
Além da expansão da indústria, a confederação previu que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 0,5%, em um cenário de elevado desemprego e baixo consumo. Além do desequilíbrio das contas públicas, a alta ociosidade do parque industrial e as dificuldades financeiras das famílias e das empresas adiarão a retomada do crescimento.
“A expectativa da indústria é que o governo acelere as reformas estruturais e restabeleça o equilíbrio da economia, abrindo o caminho para o país crescer de forma sustentada”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A solução da grave crise fiscal e a adoção de medidas que melhorem o ambiente de negócios e a ajudem a resgatar a competitividade das empresas são os principais desafios do Brasil para o próximo ano.
O estudo destaca que a recessão se aprofundou em 2016. As estimativas da indústria confirmam que a economia brasileira encolherá 3,6% neste ano. Será o segundo ano consecutivo de queda no PIB do país. O PIB industrial cairá 3,9%.
As previsões da CNI indicam que a cotação média do dólar neste mês será de R$ 3,40 e subirá para R$ 3,55 em dezembro de 2017. A valorização de 4,7% do dólar em relação ao real ao longo de 2016 estimulou as exportações. No entanto, diante do mercado internacional fraco e da falta de competitividade do produto nacional, não há sinais claros de expansão das vendas externas.