Uma palavra que sempre assusta muito o consumidor: inflação. E segundo o economista Mário Vasconcelos, com a Copa do Mundo o preço de diversos produtos está aumentando e o Governo está gastando muito. A estimativa, para o economista, é que a inflação ultrapasse os 6,5%.
“Desde a época de Fernando Henrique Cardoso foi definido uma meta para a inflação. O centro é 4,5%, com o teto podendo chegar a 6,5% ou cair até 2,5%. No período que estamos a inflação já está chegando ao topo”, explica.
De acordo com Vasconcelos, os setores que mais estão mostrando crescimento são os de alimentos e transportes. “Isso só não estourou a mais tempo porque o Governo vem segurando os preços da gasolina e da energia. Se o Governo deixasse livre, a inflação já havia passado dos 8%”, destaca.
Para segurar a inflação, o economista explicou que o Governo eleva as taxas de juros, deixando o crédito mais caro, mas não está surtindo muito efeito. “O governo poderia ter reduzido os gastos e realizado investimentos para a economia crescer. Considero a inflação como uma doença que atinge todas as classes sociais, tanto os ricos como os pobres. Mas a população com menos poder aquisitivo é a que mais sofre”.
Dicas para fugir dos preços elevados
Como a inflação tira o poder de compra das pessoas, segundo Vasconcelos, uma dica é ter controle com os gastos. “É necessário pesquisar sempre o preço dos produtos para gastar menos. Deixar de lado a questão das marcas e procurar economizar”.
Eleições
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou em março a maior taxa desde abril de 2003, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o economista, esse assunto pode atrapalhar muito durante as eleições. “São medidas que deveriam ser tomadas antes e o problema não foi resolvido. Estamos arcando com as consequências. Mesmo se essa alta for controlada, coitado de quem pegar o poder”.
Inflação fechará o ano abaixo do teto
A inflação vai terminar este ano abaixo do limite máximo da meta, que é 6,5%, garantiu nesta quarta-feira (23) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o ministro, em 12 meses, a inflação pode ultrapassar 6,5%, mas vai arrefecer em seguida. “Quando pega a inflação no pico, em 12 meses, pode até ultrapassar os 6,5%. Só que depois, ela diminui”.
De acordo com pesquisa feita pelo do Banco Central com instituições financeiras, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar a 6,51%, este ano, ultrapassando o limite superior da meta. O ministro argumentou que o país está em um período de elevação inflacionária, mas isso já estava previsto.
Aécio revela que inflação estará entre focos da campanha
O pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves (MG), já evidenciou que a inflação será um dos focos principais do seu discurso na disputa pela Presidência da República, responsabilizando o atual governo pela retomada da alta dos preços. “Você também está preocupado com a volta da inflação?” é a chamada de menos de um minuto que foi postada na internet, avisando que o programa de TV do PSDB irá ao ar.
Inflação é o que mais preocupa investidores
A inflação é a principal preocupação dos investidores no mundo, principalmente no Brasil e na China, segundo estudo global da gestora de recursos americana Legg Mason publicada pelo jornal britânico Financial Times em sua página na internet. O aumento dos preços foi, na opinião de quase a metade dos 4.320 entrevistados, a principal ameaça para o progresso dos seus investimentos, ocupando o posto de “maior medo” da enquete.
Brasil enfrenta inflação alta e PIB fraco
O Brasil enfrenta uma “combinação difícil” de inflação alta e baixo crescimento e deve adotar uma política fiscal mais austera para dar espaço ao Banco Central para reduzir a taxa de juros. A avaliação foi feita nesta quarta-feira, 09, pelo economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Augusto de la Torre. Em sua opinião, a ausência de rigor fiscal é o que explica a inusitada pressão de preços em um cenário de expansão anêmica.