Entidades do terceiro setor do Espírito Santo tiveram um upgrade de conhecimento por meio de workshops dinâmicos de economia e de gestão financeira promovidos pelo Instituto Americo Buaiz (IAB).
Nos encontros, comandados pela educadora financeira Patrícia Moura e pelo administrador, contador e educador financeiro Érico Colodeti Filho, idealizadores e apresentadores do quadro “Perrengue“, da TV Vitória, os representantes tiveram noções de como é necessário adotar uma postura de uma empresa convencional em sua administração de recursos, mesmo que lucro não esteja em sua finalidade.
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No terceiro setor, a instituições trabalham com o objetivo de solucionar ou minimizar problemas sociais de áreas como direitos humanos, meio ambiente, apoio à infância ou à terceira idade, entre outras causas.
Geralmente são conhecidas como ONG (Organização Não Governamental) e são de iniciativa privada, fazendo parte da sociedade civil.
A busca pelo equilíbrio das contas e a boa saúde financeira também se estende a essas organizações.
A gerente executiva do IAB, Paula Resende Martins, pontuou que uma das dificuldades em comum dessas instituições é saber como lidar com os recursos que conseguem obter para desenvolverem seus trabalhos.
“Captação de recursos sempre é a grande dificuldade das instituições do terceiro setor. Com minhas visitas pelas ONGs, só confirmei essa visão. E percebi que, aquelas que não estavam ‘vendendo o almoço para comprar a janta’, dependiam quase que 100% de recursos advindos da administração pública. Ter apenas uma fonte de recursos, é algo bastante temeroso, especialmente quando se tem em mente, uma instituição que é ‘sem fins lucrativos’, te levando a achar que não pode receber e investir nela mesma”, apontou.
Ela analisa que os encontros foram um primeiro momento para que as ONGs passem a levar gestão financeira entre seus desafios.
“Acredito que devemos passar a enxergar as instituições sociais, no que pese à administração, como se empresas fossem, isto é, é necessário levar gestão para dentro das ONGs. Captar o recurso é ótimo, essencial, mas o que fazer uma vez que o recebe? Como prestar contas disso? Como tornar sua entidade sustentável financeiramente? A sustentabilidade financeira é o grande sonho, e é esse nosso foco. Mas para alcançá-lo, começamos com noções básicas”, ressaltou.
Nos encontros, a oficina desenvolvida por Érico Colodeti Filho pontuou dicas de finanças empresariais voltadas para o terceiro setor.
“Focamos ferramentas de gerenciamento para capital de giro, dado que esse item representa a maior ‘dor financeira’ das empresas independente da sua estrutura jurídica e societária”, relembra.
Ele orientou sobre a importância de se manter a contabilidade próxima à gestão da instituição. Pois na sua visão, “os relatórios contábeis suportam a elaboração de orçamento econômico-financeiro que por sua vez vai organizar o fluxo de caixa priorizando a necessidade de capital de giro sazonal e regular”.
Colodeti e Patrícia também enfatizaram o processo de gestão como um todo, esmiuçando e traduzindo para o dia-a-dia informações sobre macroeconomia e desempenho financeiro.
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“Gerenciar as finanças em organizações do terceiro setor pode ser um desafio, pois essas organizações normalmente operam com recursos limitados e dependem de doações e financiamentos para realizar seus projetos”, reforçou.
“Acredito que qualquer entrega de conhecimento, de forma direcionada e objetiva, é válida e é uma grande ganho para as instituições. Neste caso em específico, a proposta é sanar uma dor comum a todas. Contribuir assim, para o desenvolvimento do terceiro setor capixaba”, completou a gerente executiva do IAB, Paula Resende Martins.
Dicas para auxiliar no gerenciamento financeiro de uma organização do terceiro setor:
– Elabore um orçamento realista: crie um plano de orçamento detalhado que reflita as necessidades da organização, levando em consideração as despesas operacionais, os projetos em andamento e as metas futuras.
– Diversifique as fontes de receita: evite depender exclusivamente de uma única fonte de financiamento. Busque diversificar as fontes de receita, envolvendo doadores individuais, empresas, fundações e governo. Isso reduzirá a vulnerabilidade financeira da organização.
– Estabeleça parcerias estratégicas: identifique organizações ou empresas que compartilhem objetivos semelhantes aos da sua organização e busque parcerias estratégicas. Essas parcerias podem incluir colaborações em projetos, compartilhamento de recursos ou até mesmo patrocínios.
– Acompanhe e analise as despesas: monitore regularmente as despesas da organização, garantindo que estejam alinhadas com o orçamento estabelecido. Realize análises periódicas para identificar áreas de corte de custos e oportunidades de eficiência operacional.
– Invista em capacitação: busque capacitação em gestão financeira específica para organizações do terceiro setor. Isso ajudará a entender as melhores práticas e técnicas para gerenciar efetivamente as finanças da organização, garantindo transparência e prestação de contas.
– Mantenha uma reserva de emergência: tente estabelecer uma reserva financeira para cobrir despesas inesperadas ou períodos de baixa arrecadação. Isso ajudará a manter a estabilidade financeira da organização e evitará crises financeiras.
O que é o Instituto Americo Buaiz
O Instituto Americo Buaiz é uma organização da sociedade civil que nasceu em 4 de julho de 2017 com a missão de apoiar o desenvolvimento social do Estado do Espírito Santo, usando a força da comunicação em favor de entidades do Terceiro Setor e promovendo ações e projetos nas áreas de educação, cultura, assistência social e meio ambiente.
O nome é homenagem ao empresário Americo Buaiz (1923-1999), fundador do Grupo Buaiz em 1941 que se constitui atualmente em quatro pilares: Buaiz Alimentos, Rede Vitória de Comunicação, Shopping Vitória e, mais recentemente, Instituto Américo Buaiz.
A cada projeto apoiado, as estratégias de comunicação das organizações sociais, que até então não teriam recursos para investir em divulgação, passam a ser planejadas e executadas pelo IAB. A cada ano, quatro entidades são assistidas integralmente e, assim, suas causas passam a ser cada vez mais inseridas na opinião pública.
Para requerer apoio, a instituição do terceiro setor deve estar regularizada e constituída há pelo menos três anos.