Era final dos anos 50. Naquela época, até sobrava um dinheirinho no fim do mês. Os colegas de trabalho batiam um papo informal, quando tiveram a grande ideia: por que não juntar as economias para, numa emergência ou numa dificuldade, ter acesso a empréstimos com baixo custo? Foi daí que surgiu a “caixinha”, uma espécie de cofre entre amigos, que no futuro se tornaria a cooperativa de crédito Cretovale.
Se hoje, a instituição financeira tem forma e natureza jurídica próprias, naquela época, nenhum dos cooperados imaginava a proporção que a “caixinha” iria tomar. É o que conta o diretor presidente da Cretovale, Nilo Nogueira. A cooperativa cresceu, e é regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Virou coisa séria! Mas nunca deixou de lado os princípios do cooperativismo. Não tem fins lucrativos, visa o espírito de grupo, a solidariedade e a ajuda mútua. A ideia é melhorar a a condição de vida dos participantes.
Não é exagero dizer que a grande maioria dos funcionários da empresa Vale hoje tem carro, casa própria e outros bens… graças àquela “caixinha” criada sem ambição. Foi uma forma de implantar a cultura da poupança entre os colegas de trabalho. Tudo isso, sem perder o controle da cooperativa. Os próprios associados tem o poder de dirigi-la. Por meio de assembleias, todos podem participar das decisões mais importantes. Para completar, no fim do ano, o dinheiro que sobrou das transações financeiras é dividido e distribuído. É praticamente um décimo terceiro!
Atualmente, a Cretovale conta com mais de três mil associados, entre empregados da ativa, aposentados e pensionistas. As taxas competitivas, a tributação diferenciada, e o custo menor ao contratar um empréstimo, acabaram caindo no gosto dos associados. Hoje, a cooperativa oferece não apenas apoio financeiro, como também atividades educacionais e até esportivas aos cooperados. A Cretovale é filiada à Organização Brasileira das Cooperativas – OCB.