Pesquisar: essa é a palavra-chave para o consumidor neste período de variação constante dos preços. Um levantamento do Procon de Vitória apontou que um mesmo produto pode ter uma variação de preço de mais de 82%, de um supermercado para outro, na capital capixaba.
Um dos exemplos é o macarrão (massa com ovos espaguete – 500 gramas), vendido por R$ 3,29 em um estabelecimento e a R$ 5,99 em outro. Além desse, outros itens de primeira necessidade apresentaram uma diferença de preço significativa de um estabelecimento para outro.
A esponja de aço, por exemplo, apresentou variação de 67,11%, sendo vendida por R$ 1,49 em um supermercado e, no outro, por R$ 2,49. O preço tem como base o pacote com oito unidades do produto, com 60 gramas.
O quilo do alho, por sua vez, teve uma variação próxima aos 60%. O menor preço do item foi R$ 14,98, e o maior, R$23,90. Já o café, que aparece pela primeira vez na relação dos itens com maior variação, é comercializado por R$ 2,68 em um supermercado e, no outro, por R$3,99 (variação de 48,88%).
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A equipe de coletores de dados do Procon Vitória realizou o levantamento de preços em nove supermercados de diferentes regiões do município, no último dia 30 de novembro. Ao todo, foram analisados 18 itens essenciais.
Comparação
A gerente do Procon Vitória, Herica Correa Souza, reforça a importância de comparar preços antes de efetivar as compras para reduzir o impacto financeiro negativo nas famílias.
Ela reforça que a pesquisa de preços de itens de primeira necessidade possui caráter histórico, sendo realizada mensalmente para oferecer ao consumidor uma referência no momento da compra.
“Estudos apontam que as famílias de menor renda, proporcionalmente, consomem mais alimentos e comprometem a maior parte de suas rendas para compra de produtos de primeira necessidade. Com a alta dos preços e, nos tempos atuais, em que muitas famílias tiveram redução, essas adquirem uma quantidade ainda menor de produtos. A pesquisa pode suavizar esse impacto”.
Estoque
Herica orienta os consumidores a não estocar alimentos nem qualquer outro artigo. “Quando o consumidor faz estocagem, provoca um desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado, o que gera transtornos no abastecimento da população. Ao manter um padrão de consumo normal, principalmente neste momento de pandemia do novo coronavírus, os consumidores poderão minimizar o impacto dessa alta”, defendeu.
Redução de gastos
O secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Bruno Toledo, reforçou que o levantamento permite uma rápida comparação e identificação dos estabelecimentos que apresentam maior quantidade de itens com o menor preço.
“Essa radiografia contribui para uma redução dos gastos e, consequentemente, possibilita uma maior diversidade de produtos nas cestas das famílias. Essa também é mais uma forma da Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, por meio do Procon Vitória, garantir à população do município seu direito humano de consumo responsável, sustentável, além de combater o superendividamento das famílias”.