A pandemia do novo coronavírus provocou o afastamento de mais de 328,3 mil pessoas de seus postos de trabalho no Espírito Santo até o mês de maio. Desse total, cerca de 162,5 mil deixaram de receber sua remuneração — o que representa 49,5%, ou seja, quase a metade dos trabalhadores afastados durante a pandemia. O número também corresponde a 9,2% da população ocupada em maio.
Os dados fazem parte dos primeiros resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid19 (Pnad Covid19), divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento apontou ainda que 257,8 mil trabalhadores no Espírito Santo foram afastados em função do distanciamento social. Outras 70,5 mil pessoas deixaram de exercer seu trabalho por outros motivos.
A pesquisa constatou também que 399 mil trabalhadores que não foram afastados de suas atividades no estado trabalharam menos do que sua jornada habitual, enquanto 49 mil trabalharam acima da média habitual. A média semanal de horas efetivamente trabalhadas no estado foi de 29,7 horas, enquanto a média habitual é de 40,3 horas.
Já o rendimento efetivo dos trabalhadores ficou na média de R$ 1.728, cerca de 18,6% abaixo do rendimento habitual, de R$ 2.124.
A pesquisa constatou também que, em maio, 38% dos domicílios capixabas receberam algum auxílio monetário do governo relacionado à pandemia, no valor médio de R$ 811.
Sintomas
A Pnad Covid19 estimou ainda que, no Espírito Santo, 474 mil pessoas (11,7% da população) apresentaram, em maio, algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais. Estimou, ainda, que 55 mil pessoas (1,4% da população) apresentaram sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à covid-19, como perda de cheiro ou sabor, febre, tosse, dificuldade de respirar e dor no peito.
Brasil
Em todo o país, o contingente de pessoas desocupadas somou 10,1 milhões em maio, segundo o IBGE. A taxa de desocupação atingiu 10,7% no mês.
A pesquisa revela ainda que tanto a desocupação e a informalidade são maiores nas regiões Norte e Nordeste, mulheres e entre pessoas pretas ou pardas.
O Nordeste e o Norte são as regiões que apresentaram maiores taxas de desocupação em maio: 11,2% e 11,0%, frente a Centro-Oeste (11,4%), Sudeste (10,9%) e Sul (8,9%). “O destaque é a região Sul, que teve o menor nível de desocupação”, disse Maria Lúcia Vieira, coordenadora de Rendimento e Emprego do IBGE
A taxa de desocupação entre as mulheres (12,2%) foi maior que a dos homens (9,6%). Por raça ou cor, a taxa de desocupação da população preta ou parda atingiu 12%, enquanto a da população branca ficou em 9,2%.
O IBGE apontou 29,1 milhões de pessoas ocupadas na informalidade por meio da pesquisa no mês de maio. Nesse recorte, a taxa de informalidade entre pretos e pardos é de 38,6%, contra 30,2% de brancos. Por região, a informalidade no Norte (48%) e no Nordeste (45,4%) , enquanto a média do Brasil era de 34,7% no mês.