Nesta terça-feira (06), primeiro dia da greve dos bancários, 255 agências no Estado ficaram fechadas. Segundo o balanço do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, 164 delas estão localizadas na Grande Vitória e 91 do interior. Também não funcionaram três departamentos da Caixa e três prédios: Bandes, Centro de Processamento de Dados do Banestes (CPD) e PIO XII, do Banco do Brasil.
“A greve começou forte. A expectativa é que com o passar do tempo um número maior de agências feche, pois é o que vem acontecendo historicamente durante a greve da categoria”, diz o coordenador do Sindibancários/ES, Jonas Freire.
Conforme orientação definida na última segunda-feira (05), os bancários não influenciarão no funcionamento dos caixas eletrônicos. De acordo com a assessoria jurídica do Sindicato das Empresas de Segurança Particular (Sindiesp/ES), o abastecimento dos autoatendimentos em todo Estado será normal.
Entenda a paralisação
A decisão de entrar em greve foi tomada em assembleia geral da categoria no dia 01 de setembro. Depois de quatro rodadas de negociação, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não atendeu às reivindicações da categoria, apresentando proposta de 6,5% de reajuste para salários, PLR, auxílios refeição, alimentação e creche, mais abono de R$ 3 mil.
A proposta não contempla as reivindicações de emprego, igualdade de oportunidades, saúde e condições de trabalho, e não repõe sequer a inflação do período, projetada para 9,57% (em agosto). O índice representaria perda de 2,8% nos salários da categoria.
Principais reivindicações dos bancários:
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).