Mercado de luxo

Qual o perfil do corretor de imóveis de alto padrão?

O mercado imobiliário de alto padrão não perdoa amadores. Ele exige conhecimento técnico, domínio sobre arquitetura e outros. Leia o artigo!

Corretor de imóveis de luxo
Corretor de imóveis de luxo. Foto: Freepik

Artigo escrito por Renato S. P. Avelar, corretor de móveis desde 1991, perito Avaliador Imobiliário, especialista em mercado de alto padrão e comandante do veleiro de alta performance.

O corretor de alto padrão não se autointitula, não grita aos quatro ventos sua expertise, não se acomoda no verniz de uma aparência construída à pressa. Ele é. E um dia o mercado percebe.

É fácil cair na armadilha do espetáculo, dos vídeos que inundam as redes, repetindo fórmulas e jargões como se houvesse um roteiro para o sucesso.

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Mas a verdade é outra: ser corretor de alto padrão não é ser um personagem, é um papel que se desempenha sem maquiagem. E, como todo bom papel, exige preparo, estudo, repertório e um entendimento profundo do palco onde se pisa.

O mercado imobiliário de alto padrão não perdoa amadores. Ele exige conhecimento técnico, domínio sobre documentação, arquitetura, urbanismo, tendências de mercado, fluxos econômicos e negociações de alto nível.

Exige a rara habilidade de compreender não apenas os números frios da transação, mas os sonhos e as sutilezas de quem compra e de quem vende.

Renato Avelar, corretor de móveis
Renato Avelar, corretor de móveis. Foto: Divulgação

Porque vender um imóvel desse porte é costurar um acordo que seja confortável para ambas as partes, é operar a dança sutil entre valor e percepção de valor.

Aqui cabe um parêntese: em toda venda há duas negociações. Uma acontece antes de qualquer proposta, na formação do preço.

É quando o corretor precisa alinhar expectativas, construir argumentos sólidos e, ao final, mostrar ao vendedor que preço não é desejo, mas realidade de mercado.

A segunda negociação é a conversa com o comprador, a oferta na mesa, o aperto de mãos.

Além de estudo e técnica, o corretor de alto padrão precisa estar capitalizado. As negociações são longas, podem levar meses, anos. E um profissional que não se sustenta fecha negócio por desespero, não por estratégia.

Mercado exige alto investimento

O alto padrão cobra alto investimento – no carro que se dirige, nas roupas, nos lugares que frequenta, na imagem que se constrói. Não se trata de ostentação, mas de coerência. Um profissional que circula nesse meio precisa ser um deles.

Se houvesse uma receita pronta para o sucesso, eu a venderia a peso de ouro. Mas, como o dinheiro é apenas resíduo do processo, deixo aqui alguns princípios básicos:

1. O dinheiro é consequência, não o fim. Foque na excelência do trabalho e os resultados virão.
2. Tenha um network sólido. Relacionamentos valem mais do que qualquer anúncio pago.
3. Estude. Todos os dias. O mercado muda, o conhecimento se renova e quem para fica para trás.
4. Invista na carreira. Cursos, especializações, congressos. Aprender não é custo, é alavanca.
5. Se conecte com todo o mercado. De fornecedores a clientes, de investidores a arquitetos. Esteja sempre perto dos melhores.

E, por fim, uma reflexão: antes de ser um corretor de alto padrão, seja uma pessoa de alto padrão. Isso não tem a ver com dinheiro, mas com postura, ética, valores.

Quer saber se um corretor realmente pertence a esse mundo? Faça-se uma pergunta simples: eu o convidaria para jantar na minha casa? Se a resposta for sim, ele já percorreu metade do caminho. A outra metade? Ah, essa ele precisa trilhar por conta própria.