A adoção do home office foi acelerada nos últimos três anos, isso é um fato! E transformou radicalmente o mercado de trabalho. Concorda? Porém, com o tempo, muitas empresas optaram por retornar aos escritórios em dias alternados a partir de 2023. Agora, em 2025, observa-se uma tendência de predominância do presencial, sem descartar, é claro, a consolidação dos modelos híbridos. Mas a discussão persiste: o retorno ao escritório é aliado ou inimigo da produtividade?
A Evolução do Trabalho Remoto
O home office ganhou força, demonstrando que é possível manter operações de forma remota. Forçou empresas e colaboradores a repensarem métodos, ferramentas e, principalmente, o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. No entanto, com o passar do tempo, o desejo de reencontrar a interação presencial se fez sentir em diversas organizações, que passaram a valorizar os benefícios da convivência no ambiente de trabalho.
“O ambiente presencial é essencial para estimular a inovação, a colaboração e a conexão entre equipes.”
O Retorno Presencial: O Caso da Amazon
Um dos exemplos mais emblemáticos desse movimento é a decisão da Amazon. Em janeiro de 2025, a gigante do comércio eletrônico determinou que todos os seus colaboradores retornassem ao escritório em tempo integral. Segundo Andy Jassy, CEO da empresa, o ambiente presencial é essencial para estimular a inovação, a colaboração e a conexão entre equipes. Essa estratégia reflete a crença de que a proximidade física pode facilitar a troca de ideias e fortalecer a cultura organizacional.
A decisão da Amazon não é isolada. Diversas grandes empresas globais têm adotado políticas semelhantes para incentivar o trabalho presencial, ou mesmo híbrido, visando recuperar alguns dos benefícios que o isolamento remoto trouxe, como a diminuição da interação espontânea e a dificuldade de alinhar os objetivos da equipe. Empresas como Google, Dell, JP Morgan e Goldman Sachs também têm experimentado a volta parcial ou integral aos escritórios.
Segue uma lista de empresas que anunciaram ou já implementaram o retorno ao trabalho presencial:
- Amazon: o CEO Andy Jassy anunciou que, a partir de janeiro de 2025, todos os colaboradores deverão voltar a trabalhar cinco dias por semana no escritório, reafirmando os ganhos em colaboração e cultura.
- Apple: desde setembro de 2022, os funcionários da gigante têm sido solicitados a comparecer aos escritórios pelo menos três dias por semana, com o objetivo de reavivar a colaboração presencial.
- Disney: sob a liderança de Bob Iger, a Disney passou a exigir que seus colaboradores trabalhem presencialmente, com uma frequência de, pelo menos, quatro dias na semana, para fortalecer o senso de equipe e a eficiência dos processos.
- JPMorgan: o banco americano instituiu uma política na qual diretores e gerentes devem estar presentes nos escritórios integralmente (alguns níveis até cinco dias por semana), enfatizando a liderança “visível” e o contato direto com clientes.
- Google: recentemente, a Alphabet tem reforçado que seus funcionários devem comparecer aos escritórios pelo menos três dias por semana, além de incorporar essa frequência como fator nas avaliações de desempenho.
- Vale: a mineradora sinalizou a mudança de seu modelo híbrido para uma presença mínima de três dias por semana no escritório, buscando aumentar a interação entre as equipes.
- C6 Bank: segundo relatos em comunidades online, a fintech vem comunicando o retorno integral (100% presencial) de seus colaboradores, acompanhando a tendência de grandes empresas.
- Gol: alguns comentários em fóruns apontam que a companhia aérea já iniciou processos para que seus colaboradores atuem presencialmente, reforçando a importância do contato direto para a cultura corporativa.
- Itaú Unibanco: no setor financeiro, grandes bancos tradicionais têm sinalizado uma revalorização do ambiente de escritório – com políticas que estimulam maior presença física para reforçar a colaboração e a tomada de decisões rápidas. Essa tendência, embora não detalhadamente noticiada em uma única matéria, reflete o movimento do setor no Brasil.
- Petrobras: empresas do setor de energia e óleo e gás, onde a presença física é essencial para determinadas operações, também têm avançado no retorno aos escritórios, alinhando-se à lógica de ambientes mais colaborativos e ao controle presencial das atividades.
É importante notar que, no cenário brasileiro, embora muitos negócios adotem modelos híbridos para equilibrar flexibilidade e presença, setores mais tradicionais como mineração, bancos e energia vêm sinalizando uma retomada mais robusta do trabalho presencial. Cada uma dessas iniciativas faz parte de uma tendência global (e também nacional) de repensar a dinâmica do ambiente de trabalho, valorizando a interação face a face para estimular a inovação, a colaboração e a cultura organizacional.
Flexibilidade e Retenção de Talentos
Estudos conduzidos por consultorias como a Robert Half mostram que a flexibilidade no trabalho é um diferencial na atração e retenção de talentos. Muitos profissionais afirmam que, para eles, ter a opção de escolher o local de trabalho, seja no escritório, em casa ou em um modelo híbrido é crucial para se sentirem valorizados e motivados.
“Diante das vantagens e desvantagens apontadas para cada modelo, muitos especialistas defendem o modelo híbrido como a solução mais equilibrada.”
Pesquisas acadêmicas sugerem que a produtividade não depende exclusivamente do local onde o trabalho é realizado, mas sim de uma série de fatores, como a qualidade das ferramentas de trabalho, a clareza nas políticas internas e a gestão das equipes. Por exemplo, estudos realizados pela Harvard Business Review e por grupos de pesquisa em universidades apontam que, embora o home office possa favorecer a concentração e reduzir interrupções, o ambiente de escritório tende a impulsionar a criatividade e a troca de feedbacks em tempo real.
Impactos na Cultura e na Colaboração
O ambiente de trabalho influencia não apenas os resultados, mas também a cultura organizacional. Para muitos profissionais, a pergunta “Em que ambiente você costuma ser mais produtivo no trabalho? No escritório? Em casa?” é uma questão pessoal e dinâmica. Enquanto alguns se sentem energizados e inspirados pelo ambiente colaborativo dos escritórios, outros encontram no lar o espaço ideal para focar em tarefas que exigem concentração profunda.
- A convivência diária favorece a criação de laços interpessoais, facilita mentorias espontâneas e fortalece a identidade da empresa.
- O home office oferece flexibilidade e a possibilidade de reduzir deslocamentos, o que pode melhorar a qualidade de vida dos colaboradores.
O Caminho para o Equilíbrio
Diante das vantagens e desvantagens apontadas para cada modelo, muitos especialistas defendem o modelo híbrido como a solução mais equilibrada. Essa abordagem permite que os colaboradores desfrutem dos benefícios do trabalho remoto, como flexibilidade e economia de tempo, sem abrir mão dos encontros presenciais que fortalecem a cultura e a colaboração. Empresas inovadoras já relatam que a combinação de dias em casa e no escritório tem gerado altos níveis de engajamento e produtividade, adaptando-se melhor às necessidades individuais de seus times.
Recentemente o Linkedin publicou uma pesquisa interessante e vejam o resultado:
E você, em que ambiente você costuma ser mais produtivo? No escritório, em casa ou numa combinação dos dois? A resposta pode ser a chave para construir o futuro do trabalho.
A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.
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