Jul 2021
13
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jul 2021
13
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Fusões e aquisições de empresas listadas em bolsa

Em 2021 até então foram 274 transações, ante 230 em todo o ano anterior. Grande parte dessas foram realizadas por empresas listadas em bolsa, gerando potenciais de geração de valor agregado em um futuro próximo.

As maiores operadoras de planos de saúde do país, Hapvida e Grupo Notredame Intermédica, foram responsáveis por uma das maiores fusões do ano, criando uma companhia de cerca de R$ 110,5 bilhões de valor de mercado e 13,6 milhões de usuários sob gestão. Após a fusão, a companhia combinada passou a ter 53,6% de ações da Hapvida e 46,4% de ações do GNDI. O mercado aprovou a negociação desde o início, visto que com a publicização da proposta, elas ganharam juntas R$ 32,5 bilhões em valor de mercado em somente dois pregões.

Também no setor de saúde, mas com atuação mais direta, a Rede D’or, maior rede integrada de cuidados em saúde do Brasil, possui uma agenda completa de aquisições de hospitais em todo o Brasil, devendo se aproximar da aquisição de 1,5 mil leitos neste ano. Em seu último movimento, anunciado ontem (12), a rede adquiriu 51% do Proncor Unidade Intensiva Cardiorespiratória, no Mato Grosso do Sul, entrando no estado.

Mas não para por aí: a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, assinou em fevereiro o acordo de compra da Biosev, uma das líderes mundiais no setor sucroalcooleiro. Para a conclusão do negócio, foi acordada uma troca de ações e o pagamento de R$ 3,6 bilhões para refinanciar a dívida da Biosev.

Além disso, houve a incorporação das Lojas Americanas pela B2W, em transação de US$ 1,4 bilhões, a compra da rede de supermercados BIG pelo Carrefour (CRFB3), a fusão da Unidas (LCAM3) e da Localiza (RENT3), duas grandes locadoras de automóveis e a compra da Hering (HGTX3) pelo Grupo Soma (SOMA3).

Benefícios das fusões e aquisições para empresas

Um dos principais motivos para a realização dessa espécie de operação é ela proporciona o crescimento acelerado da empresa, de forma mais rápida do que apenas por meio de crescimento orgânico. Comprar outras empresas permite o acesso a novos mercados geográficos, ou seja, o aumento de market share, além do domínio de novas tecnologias e know-how, trazendo sinergias ao comprador.

Por meio dessa estratégia, é possível aumentar a competitividade por meio da dominação de uma parcela maior do mercado. Nesse sentido, no contexto da pandemia, em que muitas empresas se capitalizaram, inclusive com número recorde de IPOs, muitas delas, como pode-se ver, estão em busca de ativos para maximizar sua eficiência e aproveitar oportunidades.

Além disso, a pandemia reforçou a prevalência de empresas maiores, que possuem um fluxo de caixa mais robusto e estavam mais preparadas para o mau momento. Assim, muitas delas, inclusive, aproveitaram para conquistar o mercado daquelas empresas que não estavam muito bem das pernas. Da mesma forma, também houve empresas que estavam com dificuldades financeiras e se uniram para sobreviver.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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