No início dos anos 2000, o cenário do país apontava que o sonho dos jovens era prestar um concurso público. Isso revelou um perfil de um jovem em busca de estabilidade e uma boa remuneração. Sendo o concurso uma boa alternativa para fugir da competição do mercado de trabalho.
Porém, na década que iniciou em 2010, o cenário começou a mostrar sinais de mudanças. O crescimento da Internet e o maior acesso a informação, tem chamado a atenção de milhares de jovens para o empreendedorismo.
O espírito aventureiro dos jovens e, muitas vezes, a maior disponibilidade de tempo, se unem à vontade de aprender fazendo com que essa faixa etária seja perfeita para o universo do empreendedorismo. Estima-se que quase 7 milhões de brasileiros, entre 18 e 24 anos, tenham empreendimentos atualmente, tanto os que estão em estágio inicial quanto os já estabelecidos. Entre os jovens adultos, de 25 a 34 anos, esse número passa dos 12 milhões.
Com a crise econômica que atingiu o país, tornar-se o próprio chefe virou o sonho de muitos trabalhadores. Para isso, muitos capixabas estão investindo, estudando e se especializando para terem o próprio negócio. Atualmente, o Espírito Santo tem mais de 237 mil microempreendedores individuais.
“O que nós percebemos, com a crise econômica, foi o surgimento de empreendedores principalmente diante da necessidade: são pessoas que não conseguem se colocar no mercado de trabalho mas precisam se manter, ter uma atividade produtiva. Então, a solução é empreender”, analisa Gisélia Freitas Curry, especialista em gestão de pessoas e carreiras.
Na Grande Vitória, o município com o maior número de microempreendedores é Vila Velha, com mais de 35 mil. Entre os municípios do interior do Estado, destaque para Cachoeiro de Itapemirim, com mais de 9 mil microempreendedores. Os dados do Portal do Empreendedor, sob administração do governo federal.
“O jovem brasileiro já entendeu que para ter trabalho, a melhor alternativa é criar o próprio emprego, empreender, inovar e gerar novas vagas. E eles não empreendem somente por necessidade, estão de olho nas oportunidades do mercado, estão atendendo demandas sociais e movimentando a economia. Aliás, este resultado é um reflexo também do início da recuperação da nossa economia”, destaca o economista Eduardo Araújo.
Dentro deste crescimento, ganha destaque o empreendedorismo digital, pois diferentemente das modalidades tradicionais de empreendedorismo que possuem uma barreira de entrada maior, o empreendedorismo digital demanda um investimento inicial muito menor, dessa forma atrai mais pessoas.
Lucas Barbosa Lacerda, que é empreendedor digital há mais de 10 anos, relata que já criou e ajudou pessoas a criarem negócios com praticamente investimento zero. “Inicialmente as pessoas estão pesquisando formas de trabalhar em casa, depois partem para a ideia de montar um negócio em casa. Só que os investimentos iniciais causam desânimo e muitos desistem. Aí é que o empreendedorismo digital cresce”, contou.
As opções de negócios na Internet são muito atrativas, o que faz com que muitos novos empreendedores optem por essa forma de empreender. A facilidade é o que chama mais atenção. “Hoje é possível montar um site praticamente de graça e ainda é possível vender produtos sem precisar ter o produto, usando um sistema de dropshipping ou um programa de afiliados”, afirmou o empreendedor
Tutorial
Em cinco episódios, você vai acompanhar dicas e orientações para quem deseja começar a aprender. Nesse primeiro episódio, a especialista em gestão de pessoas e carreiras, Gisélia Freitas Curry, explica o que é preciso observar antes de dar o primeiro passo para a abertura de um negócio.
Confira as dicas da especialista no vídeo abaixo: