Foto: Guilherme Santos/Sul21.com.br
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Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que, em 2024, o consórcio de imóveis movimentou R$ 191,1 bilhões em créditos contratados, um expressivo crescimento de 35% em relação ao ano anterior. O movimento reflete a busca por alternativa diante de uma taxa Selic que se mantém alta (hoje em 13,25%).

Para Eduardo Rocha, CEO da fintech Klubi, sem juros e com mensalidades acessíveis “o consórcio permite um planejamento financeiro mais seguro e estratégico, sem os custos elevados do crédito tradicional”.

Eduardo Rocha, da fintech Klubi. Foto divulgação.

A fintech, até aqui a única a obter autorização do Banco Central para esse tipo de operação no país, ultrapassou a marca de R$ 200 milhões em vendas. A solução oferece créditos a partir de R$ 150 mil, taxa de administração fixa de 0,15% ao mês e um desconto de 50% no valor das mensalidades até a liberação do crédito.

Para 2025, segundo Rocha, as projeções indicam um crescimento de 20% no segmento, impulsionado pela busca por alternativas financeiras mais sustentáveis. “É uma alternativa cada vez mais acessível e flexível, e que vem se consolidando a partir da maturidade do consumidor para planejar suas aquisições”, conclui.

Foto: Embraconi (divulgação).

Mercado potencial

Aqui no Espírito Santo não há dados consolidados, mas a presença da modalidade é maior entre os empreendimentos voltados para as faixas menores de renda. Romero Valença, membro do conselho de administração da incorporadora Invite, analisa que ainda falta informação ao consumidor. “Sempre foi assim (juros menores), mas as pessoas em geral ainda têm pouco conhecimento acerca disso”, analisa.

Romero Valença, da incorporadora Invite. Foto divulgação.

Com a atual conjuntura do mercado, Romero diz que a diferença de valores se ampliou, trazendo um outro olhar para o consórcio, “o que cria expectativa de um crescimento da participação da modalidade no nosso negócio”, diz.

Ele também avalia que, para o outro lado do balcão (as empresas construtoras), a maior vantagem é a segurança quanto ao cumprimento dos contratos. “A importância é que certamente teremos maior liquidez no recebimento das parcelas e chaves”, completa, em referência ao menor risco de inadimplência.

Vantagens e desvantagens

Ricardo Gava, diretor do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo, avalia que, além de pagar menos juros, o consórcio permite ter planejamento e disciplina. “Diferente do financiamento, não há juros, mas sim uma taxa de administração que varia entre 15% e 23% do valor da carta”, lembra. “Em contrapartida, não é atrativo para quem tem urgência em adquirir um imóvel, pois a espera pelo sorteio pode levar meses ou anos”.

Ricardo Gava, do Secovi/ES. Foto divulgação.

Ele também chama atenção para o fato de que algumas administradoras ou bancos oferecem consórcios com reajuste anual fixo, sem vinculação a índices como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Esse índice é usado para manter atualizados o poder de compra e a valorização imobiliária. “É fundamental verificar essa informação antes de contratar um consórcio. Se a busca é por previsibilidade e controle, um reajuste fixo pode ser mais vantajoso, mas, se quiser garantir que o valor da carta acompanhe o mercado, o reajuste pelo INCC pode ser mais interessante”, conclui.

Alex Pandini

Jornalista com mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.

Jornalista com mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.