Quem acompanha os movimentos de quem tem muito dinheiro já percebeu: os imóveis seguem sendo parte relevante do patrimônio das grandes fortunas. Não estamos falando de luxo ou ostentação, mas de estratégia patrimonial. Duas movimentações recentes reforçam essa leitura: Ken Griffin, à frente da gestora Citadel, e Chella Safra, viúva do banqueiro Moise Safra, protagonizaram transações de alto nível no mercado imobiliário de Nova York.
Griffin e a coleção bilionária de imóveis
Em janeiro de 2025, Ken Griffin foi revelado como o comprador de uma cobertura triplex no clássico edifício 740 Park Avenue, em Manhattan. O imóvel tem 1.115 m², distribuídos em três andares, e foi comprado por cerca de US$ 52 milhões (aproximadamente R$ 256 milhões). Não é um caso isolado: Griffin é um dos maiores compradores individuais de imóveis residenciais no mundo.
A seguir, alguns dos ativos do seu portfólio:
- US$ 238 milhões: cobertura em Nova York (2019), a mais cara da história dos EUA
- US$ 122 milhões: mansão em St. James, Londres
- US$ 106 milhões: cobertura em Miami Beach
- US$ 99 milhões: propriedade em Palm Beach, Flórida
A estimativa é de que ele tenha mais de US$ 1 bilhão alocados em imóveis residenciais. Como fundador da Citadel, gestora com mais de US$ 60 bilhões sob gestão, Griffin diversifica seus ativos apostando em localização, escassez e patrimônio tangível.
A compra de Chella Safra
Em janeiro de 2025, Chella Safra, viúva do banqueiro Moise Safra, adquiriu uma cobertura na Quinta Avenida, em Nova York, por US$ 37,5 milhões (cerca de R$ 220 milhões). O imóvel, de aproximadamente 557 m², é composto por dois apartamentos unificados, localizados de frente para o Central Park. A propriedade anteriormente pertenceu a Huguette Clark, herdeira de um magnata do cobre e figura emblemática da elite nova-iorquina do início do século XX.
A viúva de Moise Safra, bilionário brasileiro com patrimônio estimado em US$ 2,3 bilhões à época de sua morte em 2014, Chella é reconhecida por manter uma postura conservadora e sólida na gestão do patrimônio familiar. Sua movimentação em Nova York reforça o padrão de famílias ultra ricas que mantêm parte relevante de seu portfólio em imóveis icônicos.
Mercado imobiliário: estratégia global
Com base nos dados do relatório Wealth Report da consultoria global Knight Frank, o mercado imobiliário é hoje a maior classe de ativos do mundo, com valor estimado em US$ 337 trilhões. Esse número engloba imóveis residenciais, comerciais, terras agrícolas e industriais — sendo que 80% desse total está concentrado no segmento residencial.
A relevância dessa cifra vai além do volume: ela mostra por que os chamados ultrarricos — indivíduos com patrimônio superior a US$ 30 milhões — continuam alocando parte significativa de seus recursos no setor. Em média, 25% do portfólio dessas grandes fortunas está investido em imóveis, excluindo a residência principal. O motivo? Imóveis oferecem estabilidade, potencial de valorização e geração de renda, além de serem ativos reais, tangíveis e resilientes a oscilações de mercado.
Griffin e Chella não estão comprando por impulso. Estão reafirmando o que já sabemos: em qualquer parte do mundo, com qualquer nível de fortuna, o imóvel ainda é uma âncora patrimonial. Não é sobre luxo — é sobre estratégia.
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