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Inflação do aluguel sobe 8,44%. Entenda como se preparar para os reajustes

O IGP-M, índice que reajusta aluguéis, acelerou para 1,06% em fevereiro, acumulando 8,44% em 12 meses. Entenda os impactos no mercado imobiliário e como se preparar para os reajustes

Inflação do aluguel sobe 8,44%. Entenda como se preparar para os reajustes

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado como referência para reajustes de contratos de aluguel, acelerou para 1,06% em fevereiro de 2025, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice teve um aumento expressivo em relação aos 0,27% registrados em janeiro, superando as expectativas do mercado. Com esse avanço, o IGP-M acumula alta de 8,44% nos últimos 12 meses, o que pode impactar diretamente os valores de aluguel e contratos imobiliários.

Por que o IGP-M está subindo?

A alta do IGP-M está diretamente ligada ao comportamento de seus três principais componentes:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – 60% do IGP-M: Subiu 1,17% em fevereiro, puxado pelo aumento no preço dos ovos (+21,60%) e do café em grão (+13,04%). O calor extremo afetou a produtividade agrícola, reduzindo a oferta e encarecendo esses produtos.
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – 30% do IGP-M: Acelerou para 0,91%, impactado principalmente pelo grupo Habitação (+1,49%). O maior vilão foi a tarifa de eletricidade residencial, que teve aumento de 5,52% no mês.
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – 10% do IGP-M: Desacelerou para 0,51%, abaixo dos 0,71% registrados em janeiro, refletindo menor pressão nos custos da mão de obra e materiais de construção.

Com esse cenário, especialistas já revisam suas projeções para o índice ao longo de 2025, sugerindo que a inflação do aluguel pode continuar pressionando o bolso dos consumidores.


Como o aumento do IGP-M impacta os aluguéis?

Se você tem um contrato de aluguel atrelado ao IGP-M, a alta acumulada de 8,44% nos últimos 12 meses pode significar um reajuste significativo na sua mensalidade.

Exemplo prático: Se você paga R$ 3.000,00 de aluguel, um reajuste de 8,44% elevaria o valor para R$ 3.253,20.

O que inquilinos podem fazer para minimizar o impacto?

  • Negociar com o proprietário. Muitos locadores preferem manter um bom inquilino do que correr o risco de vacância. Apresente dados sobre o mercado e proponha um reajuste mais moderado.
  • Acompanhar outros índices. Alguns contratos já adotam o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que tem apresentado variações menores que o IGP-M.
  • Avaliar mudança para contratos com reajuste fixo. Algumas imobiliárias já oferecem contratos sem indexação a índices de inflação, com reajustes pré-determinados. Esses casos costumam acontecer nos imóveis comerciais quando o valor fica escalonado, por exemplo.

Dependendo do bairro, tipo do imóvel e faixa de valor, mesmo com o reajuste, seu aluguel ainda pode estar abaixo dos preços atuais do mercado.

Como os proprietários podem agir diante do cenário?

  • Avaliar a realidade do mercado. Se o imóvel estiver em uma região com muitas ofertas, um reajuste muito elevado pode levar à desocupação.
  • Focar na retenção de bons inquilinos. Manter um contrato ativo pode ser mais vantajoso do que correr o risco de vacância e custos adicionais com um novo aluguel.
  • Buscar valorização do imóvel. Pequenos reparos e melhorias podem justificar um reajuste mais elevado sem resistência por parte do inquilino.

O que esperar para os próximos meses?

Com a alta do IGP-M, proprietários e inquilinos precisarão negociar reajustes de aluguel de forma estratégica, buscando um equilíbrio entre rentabilidade e acessibilidade. Diante do aumento das taxas de juros dos financiamentos imobiliários, o aluguel se torna a única opção viável para muitas famílias que precisam resolver sua necessidade de moradia sem recorrer ao crédito imobiliário mais caro.

A relação entre proprietários e inquilinos ganha ainda mais relevância em um cenário de aluguéis mais elevados e índices de reajuste que refletem a inflação do país. Embora a lei da oferta e da procura continue determinando os preços, fatores subjetivos, como uma boa relação entre as partes e negociações flexíveis, podem ser determinantes para viabilizar contratos justos e sustentáveis.

Acompanhar os índices econômicos e as tendências do mercado imobiliário será essencial para tomar decisões inteligentes nos próximos meses, tanto para quem aluga quanto para quem investe em imóveis.

Informação constrói! Até a próxima.

Luiz Stanger Colunista
Colunista
Sócio da Lopes Dynamo, é referência na gestão patrimonial de imóveis, possui mais de 15 anos de experiência e um profundo conhecimento do mercado capixaba.