Economia

Mercado mantém previsão para a inflação em 2025 e volta a reduzir estimativa para o dólar

Relatório Focus para a inflação deste ano permaneceu em 5,65% pela segunda semana seguida. Já previsão para a cotação do dólar caiu de R$ 5,92 para R$ 5,90

Projeção da inflação continua estável, mas segue acima do teto da meta. Crédito: Divulgação
Projeção da inflação continua estável, mas segue acima do teto da meta. Crédito: Divulgação

A mediana do relatório Focus para o IPCA (inflação oficial) de 2025 permaneceu em 5,65% pela segunda semana seguida. Nesse sentido, está 1,15 ponto percentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,68%. Ou seja, considerando só as 36 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,64% para 5,48%.

A projeção para o IPCA de 2026, se estabilizou em 4,50% — colada ao teto da meta —, pela segunda semana seguida. Do mesmo modo, um mês antes, estava em 4,40%. Ou seja, considerando somente as 35 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a inflação passou de 4,50% para 4,42%.

Banco Central espera que a inflação some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026. Ou seja, de acordo com a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). Nesse sentido, a autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante. Porém, o período deve mudar para o quarto trimestre na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O encontro será nos dias 6 e 7 de maio.

O colegiado já aumentou a taxa Selic em 3,75 pontos percentuais desde setembro, para 14,25%. Ou seja, incluiu uma rápida elevação de 3 pontos entre dezembro e março. Ainda mais que na ata da sua última reunião, do dia 19, o Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio. No entanto, a alta deve ser inferior a 1 ponto percentual.

Meta contínua de inflação

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. Nesse sentido, o centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela sétima semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 ficou em 3,78% pela terceira semana seguida.

Juros para conter inflação

A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,0% pela 13ª semana seguida — sugerindo que os juros terão de subir 0,75 ponto porcentual acima do nível atual, de 14,25%. O Copom tem elevado a taxa e já sinalizou um novo aumento, menor do que 1 ponto porcentual, na sua próxima reunião, dos dias 6 e 7 de maio.

Considerando somente as 34 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.

Com isso, o mercado espera que a inflação suba ao maior nível desde maio de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75%. Nessa época, os juros estavam em queda após terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.

Dólar

A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu pela quarta semana seguida, de R$ 5,92 para R$ 5,90. Um mês antes, estava em R$ 5,99. A estimativa intermediária para 2026 caiu de R$ 6,0 para R$ 5,99, após 11 semanas de estabilidade.

A projeção para o fim de 2027 se manteve em R$ 5,90 pela quinta semana seguida. A estimativa intermediária para o fim de 2028 caiu de R$ 5,90 para R$ 5,85, após quatro semanas estável.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 se estabilizou em 1,97%, após três semanas de queda. Um mês antes, era de 2,01%. Considerando apenas as 22 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 2,00% para 1,99%.

No RPM, o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista — mas a incerteza sobre a estimativa aumentou.