Economia

Mercado projeta inflação em 5,58% para 2025; PIB fica em 2,03

A pesquisa Focus é realizada com economistas do mercado financeiro e sai semanalmente pelo BC. Para 2026, mostra crescimento do PIB de 1,7%

Pressão inflacionária faz mercado apostar em mais altas de juros. Crédito: Divulgação
Pressão inflacionária faz mercado apostar em mais altas de juros. Crédito: Divulgação

O mercado financeiro aumentou a projeção da inflação e do crescimento da economia para este ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5,58%, ante os 5,51% da semana passada.

O boletim também trouxe nova redução na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país, para 2025. Nesse sentido, os agentes do mercado financeiro projetam um crescimento de 2,03% para 2025, ante os 2,04% da semana anterior.

A pesquisa Focus é realizada com economistas do mercado financeiro e sai semanalmente pelo BC. Para 2026, o boletim mostra uma projeção de crescimento do PIB de 1,7%. Além disso, já para 2027, a projeção é que o PIB fique em 1,96%. Em 2028, a projeção de expansão da economia é de 2%.

Sobre a inflação, o Focus, projeta índice de 4,3% para 2026, ante os 4,28, da semana passada. Para 2027, o mercado financeiro tem a projeção de um IPCA de 3,9% e de 3,78% em 2028.

No ano passado, o IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos, fechou em 4,83%. Em outras palavras, o valor ficou acima do teto da meta, que era de 4,5%.

Taxa de juros

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, o Focus manteve a projeção da semana passada, de 15%, para 2025. Do mesmo modo que as últimas quatro semanas. Para 2026, a projeção do mercado financeiro é que a Selic fique em 12,5%, também a mesma projetada na semana passada. Em 2027 e 2028, as projeções são de que a taxa fique em 10,5% e 10%, respectivamente.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

No final de janeiro, o colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual, com a justificativa de que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta.

O Copom destacou que os preços dos alimentos se elevaram em função, dentre outros fatores, da estiagem ao longo de 2024 e da elevação de preços de carnes.

Com relação aos bens industrializados, o comitê apontou que movimento recente de aumento do dólar pressiona preços e margens. Nesse sentido, sugere maior aumento em tais componentes nos próximos mês. Ou seja, o cenário inflacionário se torna mais adverso e demanda uma política econômica contracionista.

Ainda de acordo com o Copom, o cenário mais adverso para a convergência da inflação à meta para 2025, de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% pode demandar aumento de 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião do comitê nos dias 18 e 19 de março.

Câmbio

Em relação ao câmbio, o Boletim Focus aponta o dólar em R$ 6,00 para 2025. Nesta segunda-feira a cotação da moeda está em R$ 5,75. No fim de 2026, a previsão é que a moeda norte-americana também fique em R$ 6,00. Para 2027, o câmbio também deve ficar, segundo o Focus, em R$ 5,93 e para 2028, a projeção é de R$ 5,99.